Em agosto de 2024, o jogador Juan Izquierdo, zagueiro do time uruguaio Nacional, desmaiou em campo durante uma partida contra o São Paulo, na capital paulista. Após cinco dias de internação no Hospital Israelita Albert Einstein, ele faleceu. Segundo os médicos, o atleta, de apenas 27 anos, sofreu uma parada cardíaca decorrente de uma arritmia. Mas, afinal, o que é isso?
Arritmia é o nome que se dá à falta de compasso das batidas do coração. Em condições normais, o órgão tende a desacelerar quando estamos em repouso e a acelerar em situações de maior agito ou emoção, por exemplo. Algumas pessoas, porém, sofrem alterações atípicas no ritmo dessas batidas, sendo diagnosticadas, portanto, com uma arritmia cardíaca.
De acordo com a Sociedade Brasileira de Arritmias Cardíacas (Sobrac), em seu estado normal (ritmo sinusal), o coração contrai ritmicamente a partir de disparos elétricos regulares. “Quando não há essa regularidade, ocorre uma perturbação do ritmo cardíaco, conhecida como arritmia. Se for rápida e totalmente irregular, poderá estar relacionada à fibrilação atrial”, destaca a entidade ao citar o tipo mais comum da doença.
Existem ainda outros dois tipos frequentes de arritmia: bradicardia, quando o coração bate muito lentamente; e taquicardia, quando o ritmo é acelerado demais. A fibrilação atrial acomete mais os idosos e acontece quando os átrios (câmaras superiores do coração) tremem ou fibrilam desajustadamente, causando batimentos irregulares e, geralmente, rápidos. Além de poder provocar insuficiência cardíaca, eles facilitam a formação de coágulos no interior dos átrios, que podem se desprender e causar acidentes vasculares cerebrais (AVCs), também conhecidos como derrames.
Diagnóstico
A identificação da arritmia cardíaca pode ser feita, num primeiro momento, por meio de uma simples medição do pulso, conforme informado pela Sobrac. “Coloque os dedos indicador e médio na parte interna do pulso, sobre o local onde se sente a pulsação que corresponde aos batimentos cardíacos. Conte o número de impulsos por 15 segundos e multiplique o valor por quatro”, orienta a instituição.
O resultado dessa conta é a frequência cardíaca, ou seja, o número de batimentos por minuto (BPM). Em condições normais, incluindo o repouso e as atividades leves habituais, a frequência cardíaca deve variar entre 50 e 100 BPMs. Acima disso, o quadro é classificado como taquicardia e, abaixo de 50 BPMs, como bradicardia. Na fibrilação atrial, os impulsos são irregulares.
Como evitar
As arritmias, bem como outras doenças cardiovasculares, podem ser evitadas seguindo os mesmos cuidados recomendados a quem deseja ter uma boa saúde, de maneira geral. Entre os principais a Sobrac destaca: adotar uma alimentação balanceada, rica em verduras, legumes, frutas e cereais; moderar e, se possível, evitar o consumo de bebidas alcoólicas e de energéticos; cuidar da saúde emocional; evitar o sedentarismo por meio da prática regular de atividades físicas, desde que seja feita avaliação cardiológica do indivíduo antes de iniciar uma rotina de exercícios físicos mais intensos; e consultar periodicamente um cardiologista. (Com a Agência Brasil)