Viaduto: Passados 3 meses, nenhum plano na cartola e um show de absurdos.
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POR José Aparecido Ribeiro*
Sobre o resultado que aponta erros crassos de engenharia e omissão da Prefeitura na tragédia que expôs BH para o mundo em plena Copa do Mundo, revelando o tamanho dos nossos políticos e secretários de governo, o Prefeito de BH declarou em auto e bom tom que: "qualquer providência (para solução definitiva do trânsito) exigiria muitos estudos um novo projeto e nova definição de recursos". Ainda diz o Alcaide: "O que nós fizemos foi pedir a BHTrans que estude RAPIDAMENTE alternativas para que a vida volte ao normal, sem a necessidade de construir, em curto prazo, um viaduto". (tradução de erro crasso: erro inadmissível para quem ocupa o cargo perante eleitores, funcionários, admiradores etc).
Pergunto: depois de 3 meses que o viaduto veio abaixo, será que ninguém na BH Trans e na SUDECAP ou mesmo na entourage da Prefeitura pensou no que fazer depois que a área fosse devidamente desimpedida? Não da pra acreditar que um plano para erguer outro viaduto, conforme sugerem os engenheiros ouvidos pela imprensa, em linha reta, ligando as duas cristas do vale, não esteja pronto para começar imediatamente. Sinceramente, se não estamos ficando velhos, algo esta muito errado na condução da coisa pública em Belo Horizonte. O Prefeito deveria ter vergonha de vir a público sem um plano B e até mesmo um plano C.
Se fosse comprometido com a cidade e governasse BH com o mesmo afinco que faz política, e dirige empresas, os 3 meses de investigação que apontaram as causas e os culpados deveriam ter sido mais do que suficientes para que a PBH preparasse um projeto consistente e definitivo para o futuro daquela região, que há décadas, espera por obras capazes de minimizar o caos no trânsito. Percebe-se total falta de compromisso e desrespeito a liturgia dos cargos públicos. Incluo portanto, no holl das 5 tarefas que deveriam ter sido cumpridas para evitar a tragédia, mais duas. A falta de compromisso e bom senso de quem governa a cidade.
Não se antecipar às demandas urgentes que a cidade apresenta é falta grave. De certo nossos gestores nunca devem ter passado nas horas de pico por ali. Horas que são gastas em engarrafamentos e que consomem a saúde de milhares de pessoas que não tem alternativas. Com efeito, embora não tenha sido proposto indenizações para a Sudecap e a própria PBH, sugiro que seus mandatários tenham seus bens bloqueados, pois esta claro que cometeram crime de prevaricação, negligência grave e omissão. Em qualquer outro lugar do mundo, os cargos de confiança e os que foram adquiridos pelo sufrágio universal já teriam sido devolvidos ou renunciados.
José Aparecido Ribeiro
Consultor em Assuntos Urbanos / Presidente da ONG SOS Mobilidade Urbana
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