Doença de Crohn: o que você precisa saber
Inflamação do trato intestinal atinge 100 a cada 100 mil brasileiros, principalmente adolescentes e adultos jovens
A doença de Crohn é um tipo de síndrome inflamatória do trato intestinal que atinge, principalmente, a parte inferior do intestino delgado e o intestino grosso (cólon).
A doença de Crohn é um tipo de síndrome inflamatória do trato intestinal que atinge, principalmente, a parte inferior do intestino delgado e o intestino grosso (cólon). Recentemente, ela se tornou mais conhecida por conta de relatos do jornalista Evaristo Costa, que chegou a emagrecer mais de 22 kg em três semanas devido à enfermidade.
A patologia é provocada por uma desregulação do sistema imunológico, responsável pela defesa do organismo. Embora a doença seja crônica e não tenha cura, é possível frear o processo inflamatório que ela provoca por meio de terapias que ajudam a reduzir a inflamação e controlar os sintomas.
Em um vídeo publicado nas redes sociais, Evaristo contou que, apesar de estar ciente da possibilidade de remissão, não aprendeu a lidar com a doença. “Tenho muita dificuldade. Não encontrei o remédio certo para estabilizá-la. Então, ainda convivo com os sintomas, que são terríveis”, desabafou o jornalista.
Pacientes nessa condição costumam apresentar diarreia, cólica abdominal, febre frequente e, às vezes, sangramento retal, segundo informações do Ministério da Saúde. “A diarreia pode se desenvolver lentamente ou começar de maneira súbita, podendo haver também dores articulares e lesões na pele. Na doença de Crohn, a dor abdominal e a diarreia frequentemente surgem após as refeições. São comuns dores nas juntas, falta de apetite, perda de peso e febre. Outros sintomas precoces são lesões da região anal, incluindo hemorroidas, fissuras, fístulas e abscessos”, destaca a pasta.
O diagnóstico geralmente é feito por meio de história clínica, exames laboratoriais e endoscópicos (endoscopia digestiva alta e colonoscopia) com biópsias, além de exames radiológicos (tomografia ou ressonância magnética).
Cuidados
As chamadas doenças inflamatórias intestinais (DIIs) - das quais a doença de Crohn e a retocolite ulcerativa são as principais representantes - afetam mais de 5 milhões de pessoas em todo o mundo. No Brasil, o maior estudo realizado sobre o tema, envolvendo cerca de 212 mil pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS), revelou que, em um período de nove anos, a prevalência das DIIs aumentou 15% ao ano, chegando a 100 casos para cada 100 mil habitantes.
A maior concentração de diagnósticos foi registrada nas regiões Sul e Sudeste do país, de acordo com a Sociedade Brasileira de Coloproctologia. Adolescentes e adultos jovens são os mais afetados. Além dos sintomas, as doenças inflamatórias intestinais aumentam o risco de o paciente desenvolver carências nutricionais.
A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) chama a atenção para a importância de se reforçarem os suprimentos alimentares. “É fundamental ter uma alimentação variada, com boa qualidade proteica, promovendo equilíbrio entre carboidratos, gorduras, vitaminas e minerais. A alimentação aliada ao tratamento medicamentoso auxilia no controle das crises”, informa a Fiocruz.
Já para a saúde mental relacionada aos quadros de DIIs, são recomendados psicoterapia, grupos de suporte, meditação e ioga. “Seguindo o tratamento e a recomendação alimentar adequados, é possível que os pacientes com DIIs tenham uma vida normal”, assegura a Fiocruz. (Com a Agência Brasil)
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