A poliomielite é uma doença infecciosa, paralisante e potencialmente mortal, que afeta, de forma mais comum, crianças menores de 5 anos. O vírus ataca o sistema nervoso e chega normalmente por água contaminada. No dia 24 de outubro, foi celebrado o Dia Mundial de Combate à Pólio. Embora esteja erradicada no Brasil desde 1989, a doença ainda representa uma ameaça em diversos países devido à baixa cobertura vacinal nos últimos anos.
A erradicação global da doença pauta o esforço contínuo do Rotary de vacinar cada vez mais crianças de todas as partes do mundo. Desde 1985, com o lançamento do programa Pólio Plus, o Rotary tem liderado uma das maiores campanhas de saúde pública da história. Por meio da Iniciativa Global de Erradicação da Pólio (Gpei), em parceria com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) e a Fundação Bill & Melinda Gates, a ação alcançou a redução dos casos no mundo em 99,9% desde 1988.
No Brasil, o Rotary tem sido um parceiro fundamental para manter a poliomielite sob controle. A última detecção da doença ocorreu em 1989, mas a ameaça de retorno persiste, especialmente com as baixas taxas de vacinação recentes. Em 2022, apenas 72% das crianças brasileiras menores de 5 anos foram vacinadas, muito abaixo da meta de 95% estipulada pelo Programa Nacional de Imunizações (PNI). O Rotary responde a esse desafio com campanhas robustas, como a Juntos contra a Pólio, que busca conscientizar a população sobre a importância da vacinação.
Em 2018, os Rotary Clubs brasileiros alcançaram a impressionante marca de 11 milhões de crianças vacinadas em uma campanha nacional de dois meses. Essa mobilização, em parceria com o Ministério da Saúde, foi essencial para reverter a tendência de queda na cobertura vacinal. Em julho deste ano, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva agraciou o Rotary Internacional com a Medalha de Mérito Oswaldo Cruz 2024 por conta de ações no Brasil pela vacinação contra a pólio.
Em 35 anos de ações do Rotary pelo fim da pólio, cerca de 3 bilhões de crianças em 122 países foram imunizadas. No Brasil, a organização atua não apenas com campanhas pontuais, mas também em advocacy, trabalhando com o Ministério da Saúde, a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) e governos estaduais e municipais para fortalecer a vacinação de rotina.
Marcelo Haick, curador da Fundação Rotária e referência no programa Elimine a Pólio Agora, afirma: “Não podemos depender apenas de campanhas sazonais. É essencial retomar o acompanhamento contínuo da vacinação”.
Atualmente, a pólio permanece endêmica em apenas dois países: Afeganistão e Paquistão. Mas as ações precisam continuar para manter os outros países do mundo livres da doença. A estimativa feita pelo Rotary é que, se os esforços de erradicação parassem hoje, dentro de dez anos a doença poderia voltar e atingir até 200 mil crianças por ano.
A doença
Segundo informações do Ministério da Saúde, a poliomielite é uma doença contagiosa aguda causada por vírus e que pode infectar tanto crianças quanto adultos. Em casos graves, pode acarretar paralisia dos membros inferiores e superiores. Poliomielite e paralisia infantil são a mesma coisa, e a vacinação é a única forma de prevenção da doença.
Falta de saneamento, más condições habitacionais e higiene pessoal precária são alguns dos fatores que favorecem a transmissão do vírus. As sequelas estão relacionadas com a infecção da medula e do cérebro pelo poliovírus. A doença não tem cura.