Ácido úrico requer atenção

Taxas elevadas da substância no sangue podem acarretar a gota, doença que causa muita dor nas articulações

Saúde / 12 de Junho de 2018 / 0 Comentários
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Homens, principalmente a partir dos 40 anos, precisam ficar atentos a uma enfermidade silenciosa, mas que provoca muita dor nas articulações: a gota. A doença inflamatória ocorre quando a taxa de ácido úrico no sangue está acima do normal. É a chamada hiperuricemia.

Segundo a Sociedade Brasileira de Reumatologia, o aumento das taxas de ácido úrico no sangue pode ocorrer tanto pela produção excessiva quanto pela eliminação deficiente da substância. “É importante saber que nem todas as pessoas que estiverem com a taxa de ácido úrico elevada desenvolverão a gota”, informa a sociedade.

A doença atinge mais comumente homens adultos, com incidência mais entre os de 40 e 50 anos e indivíduos com sobrepeso ou obesos, sedentários e usuários de bebida alcoólica com frequência. A gota não é uma doença com alta incidência entre as mulheres. O hormônio feminino as protege contra o depósito de ácido úrico nas articulações. Por isso, a doença é mais frequente entre elas após a menopausa e acima dos 60 anos.

É importante ficar atento aos sintomas da gota. O ácido úrico, quando encontrado em altas taxas no sangue, acumula cristais nos tecidos das articulações, causando inflamação. O resultado são dor intensa, inchaço, presença de calor e vermelhidão. Os locais mais afetados são o dedão do pé, os tornozelos e os joelhos.

Outro sintoma característico, segundo a Sociedade Brasileira de Reumatologia, são crises frequentes de artrite aguda. Essas dores intensas ocorrem porque os cristais de ácido úrico caem e se depositam nas articulações. As dores são comuns pela madrugada e atrapalham o sono. Em alguns casos, pode haver depósito nos rins, formando cálculos renais, e também debaixo da pele, gerando protuberâncias nos dedos, nos cotovelos, nos joelhos, nos pés e nas orelhas.

Prevenção

A mudança de hábitos é determinante no tratamento e na prevenção da doença. A gota é causada sobretudo pela ingestão de bebidas como vinho tinto e cerveja, bem como de alimentos ricos em purina, como carne vermelha e frango, embutidos em geral, partes como coração, fígado, rins e miolos, alguns tipos de peixes e frutos do mar.

As purinas são compostos que, quando metabolizados pelo organismo, formam o ácido úrico. São encontradas nos itens ricos em proteínas. É fundamental na dieta ingerir entre dois e três litros de água por dia e aumentar o consumo de alimentos que possuem vitamina C, os quais auxiliam na eliminação do ácido úrico pelos rins e previnem a formação de cálculos renais.

Segundo a Sociedade Brasileira de Reumatologia, não há cura definitiva para a gota. “O tratamento visa diminuir a dor e a inflamação nas crises agudas. É necessário evitar os fatores desencadeantes ou que propiciam a formação de ácido úrico, além de um aumento na ingestão de líquidos para otimizar a taxa de fluxo urinário”, explica o órgão.

O tratamento e a mudança de hábitos alimentares são fundamentais para que a doença não volte a atacar. As crises mais leves desaparecem após dois dias, mas as agudas evoluem para uma dor que pode durar mais de uma semana. No entanto, pode haver um intervalo grande entre a primeira crise e as que vêm na sequência, o que faz com que o indivíduo não procure ajuda médica. Uma nova crise pode surgir meses depois na mesma ou em outras articulações e, se não for tratada, o intervalo tende a reduzir, e a intensidade das dores, a aumentar.

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