Acordo aprovado

Após assembleia realizada em 30 de abril, trabalhadores da fábrica da Ford, em São Bernardo do Campo, no ABC Paulista, aprovaram um acordo com a empresa. Em nota, a montadora anunciou que será oferecido aos funcionários um plano de demissão incentivada, com uma oferta de compensação financeira. As negociações foram intermediadas pelo Sindicato dos Metalúrgicos do ABC.

A definição dos valores a serem pagos será feita de acordo com o tipo de contrato de cada trabalhador, com o tempo de permanência dele na fábrica e com uma possível nova contratação, no caso de a unidade ser vendida. A empresa também vai oferecer apoio psicológico e cursos de requalificação profissional em parceria com o sindicato.

Logo depois do anúncio do fechamento da fábrica, há pouco mais de dois meses, metalúrgicos chegaram a entrar em greve. “Nós lutamos, fizemos de tudo para que isso não ocorresse. Precisamos ir todos para casa e retornar na semana que vem. Até lá, é greve”, disse o coordenador-geral do Comitê Sindical na Ford, José Quixabeira de Anchieta, na época. 

Saída de cena

Conforme mostrado pela Entrevias na última edição, a fabricante de automóveis anunciou, em fevereiro deste ano, que vai desativar a planta do município paulista no decorrer de 2019, atendendo a uma decisão da matriz norte-americana de deixar o segmento de caminhões na América do Sul. Em território brasileiro, deixarão de ser comercializadas as linhas Cargo, F-4000, F-350 e Fiesta, assim que terminarem os estoques.

A justificativa da empresa ao comunicar a desativação da planta do ABC foi a inviabilidade financeira, uma vez que a manutenção do negócio exigiria um volume expressivo de investimentos para atender às necessidades do mercado e aos crescentes custos com itens regulatórios. Por outro lado, não haveria meios de obter lucro nem sustentabilidade, de acordo com a montadora.

Atualmente, a Ford emprega cerca de 4.000 pessoas na unidade de São Bernardo do Campo, entre postos diretos e terceirizados. No Brasil, existem outras duas fábricas: em Camaçari, na Bahia, e em Taubaté, no interior de São Paulo.

O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), informou, uma semana após o comunicado de fechamento da empresa, que duas multinacionais e uma brasileira do segmento estariam interessadas em comprar a fábrica do ABC Paulista. “Isso demonstra que estamos em um bom caminho de encontrar um comprador”, salientou.

O governo de São Paulo, no entanto, ainda não anunciou nenhuma medida para amenizar os impactos negativos da saída da fabricante do município. (Com a Agência Brasil)