Alerta contra a febre amarela
Minas Gerais vive surto da doença, e autoridades sanitárias recomendam a atualização do cartão de vacinação. Foram 38 mortes por suspeita da febre na primeira quinzena de janeiro.
A- A A+O Estado de Minas Gerais está em alerta por causa da infecção por febre amarela. Mortes de moradores das zonas rurais das regiões Leste e Vale do Rio Doce já foram confirmadas, o que tem provocado uma corrida aos postos de saúde em busca da vacina. A febre amarela é uma doença infecciosa grave. Causada por vírus e transmitida por mosquitos tanto em área urbana quanto em silvestre, a febre amarela tem preocupado as autoridades sanitárias por conta da possibilidade de que ela chegue aos grandes centros e comece a ser transmitida pelo Aedes aegypti, o mesmo transmissor da zika, da chikungunya e da dengue e que é um potencial vetor da febre amarela. Por isso, é importante que a população esteja atenta à última data da vacina e à atualização do cartão das crianças, principalmente os viajantes.
Em Minas, o foco está concentrado nas áreas rurais de Coronel Fabriciano, Governador Valadares, Manhumirim e Teófilo Otoni. Até o dia 13 de janeiro deste ano, haviam sido notificados 133 casos suspeitos de febre amarela no Estado, sendo 20 deles prováveis, cujos pacientes apresentaram quadro clínico suspeito. Foram notificados 38 óbitos nos municípios de Piedade de Caratinga, Ladainha, Ubaporanga, Ipanema, Itambacuri e Malacacheta.
O subsecretário de Vigilância e Proteção à Saúde, Rodrigo Said, diz que a situação no Estado é de atenção. “A notificação desses casos põe Minas Gerais em estado de alerta. Mesmo com o resultado positivo deles, estamos realizando uma investigação epidemiológica com as famílias, verificando históricos de vacinação e o deslocamento desses pacientes para a confirmação final”, explica. A principal ação agora, segundo ele, é intensificar a vacinação contra a febre amarela, atualizar os cartões de vacina dos moradores das áreas com foco e potencializar as formas de divulgação sobre as medidas de prevenção e controle”, diz.
Vacinação
A vacina é recomendada para todas as pessoas, principalmente para quem mora em áreas com indícios de febre amarela ou quem vai viajar para esses locais. O Sistema Único de Saúde (SUS) oferece a vacina gratuitamente em todos os postos de saúde. Ela deve ser aplicada pelo menos dez dias antes do deslocamento para áreas de risco porque seu efeito começa a ocorrer no organismo dez dias depois. E, a cada dez anos, ela deve ser repetida para todas as pessoas. Por isso, é importante ficar de olho no cartão de vacinação.
O Programa Nacional de Vacinação do SUS preconiza que a primeira dose da vacina contra a febre amarela seja aplicada aos 9 meses de vida. No entanto, no momento de surto da doença, o Ministério da Saúde autorizou que os municípios iniciem o ciclo de vacinação aos 6 meses. O primeiro reforço deve ocorrer aos 4 anos, e outra dose precisa ser aplicada na adolescência e, a partir daí, repetir-se a cada dez anos.
As contraindicações para a vacina são idade menor que 6 meses, histórico de reação anafilática a substâncias presentes na vacina, como ovo de galinha, gelatina e outros produtos que contêm proteína animal bovina; e de doenças do timo, como miastenia grave, timona, ausência de timo ou remoção cirúrgica; pacientes com imunossupressão de qualquer natureza, submetidos a transplante de órgãos e com neoplasias. As gestantes devem ser avaliadas e vacinadas com indicação médica.
Sintomas
Segundo a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG), geralmente, quem contrai o vírus da febre amarela não chega a apresentar sintomas, ou, se eles aparecem, são fracos. As primeiras manifestações ocorrem de repente: febre alta, calafrios, cansaço, dores de cabeça e muscular, náuseas e vômitos por cerca de três dias. “A forma mais grave da doença é rara e costuma aparecer após um breve período de bem-estar, até dois dias, quando pode haver insuficiências hepática e renal, icterícia (olhos e pele amarelados), manifestações hemorrágicas e cansaço intenso.
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