Alerta contra o sarampo
Doença considerada erradicada no Brasil volta a ser transmitida em pelo menos sete Estados. Medida urgente é reforçar a vacinação.
A- A A+Apenas três anos após declarar a erradicação do sarampo, o Brasil vive, hoje, um surto da doença. Em 2019, já são mais de 560 casos distribuídos em sete Estados: Amazonas, Minas Gerais, Pará, Rio de Janeiro, Roraima, Santa Catarina e São Paulo. A vacina contra o sarampo está no calendário gratuito do Sistema Único de Saúde (SUS) ainda na infância, mas a situação atual mostra que é preciso fazer um alerta a adultos e viajantes. Reforçar a vacina é uma medida urgente, segundo o Ministério da Saúde.
“É preciso que as pessoas tomem sua responsabilidade para a gente não ver voltarem doenças das quais nós temos todo o controle hoje, toda a sabedoria da ciência por trás para fazer o controle. É imprescindível a imunização contra doenças contagiosas que já possuem vacina”, disse o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, durante um congresso em São Paulo, Estado que registrou um aumento significativo no número de casos de sarampo.
Os Estados afetados até agora estão em campanha permanente para imunização, que pode ser feita em qualquer unidade básica de saúde. Junto às campanhas, o Ministério da Saúde lançou um alerta aos viajantes que atravessam o país ou irão para outras localidades. Além dos caminhoneiros que cruzam os Estados, também devem se vacinar profissionais da área de turismo, de portos, aeroportos e fronteiras, aeroviários, taxistas, funcionários de hotéis e outros que atuam com turistas.
Sobre a enfermidade
O sarampo é uma doença infecciosa aguda e grave causada por um vírus. É extremamente contagiosa e pode ser transmitida pela fala, pela tosse e pelo espirro. Atinge pessoas de qualquer faixa etária e pode evoluir para o óbito, principalmente entre crianças e idosos.
Os principais sintomas são febre alta (acima de 38,5°C); dor de cabeça; manchas vermelhas, que surgem primeiramente no rosto e atrás das orelhas e, depois, espalham-se pelo corpo; tosse; coriza; conjuntivite; e manchas brancas na mucosa bucal. Segundo o Ministério da Saúde, a enfermidade tem três fases. A primeira é o período de infecção, que dura sete dias, e é quando surgem os sintomas. No meio desse período, o paciente fica prostrado.
Depois de sete dias, vem a remissão, ou seja, há diminuição dos sintomas, e a febre reduz. É o momento em que as erupções da pele ficam escurecidas e descamam. A terceira fase é de cuidado, porque é quando pode ocorrer uma superinfecção viral ou bacteriana, já que é quando a doença compromete a resistência da pessoa.
Casos em que a febre dura mais de três dias são um sinal de alerta. As complicações mais frequentes são infecções respiratórias, otites, doenças diarreicas e neurológicas. Elas podem deixar sequelas, como diminuição da capacidade mental, cegueira, surdez e retardo do crescimento. O agravamento da doença pode ser fatal para o paciente.
O sarampo não tem tratamento específico. Em crianças, a recomendação é tomar vitamina A para reduzir a ocorrência de casos graves e fatais. Tratar com antibiótico não é indicado. Em caso de suspeita, o primeiro passo é procurar uma unidade de saúde para confirmar o diagnóstico com exames.
Vacina pode ser tomada novamente por adultos. Sintoma mais comum da doença são manchas vermelhas pelo corpo.
Vacinação
As crianças recebem a vacina já na primeira infância. São duas doses aplicadas, de acordo com o Calendário Nacional de Vacinação. A primeira, aos 12 meses, e a segunda, aos 15 meses. São vacinas conjugadas que imunizam também contra outras doenças. Se ocorrer um surto, a imunização pode ser feita em qualquer idade.
Dados da Organização das Nações Unidas (ONU) mostram que 20 milhões de crianças em todo o mundo não foram vacinadas contra doenças como sarampo, difteria e tétano em 2018. Isso representa um em cada dez menores no mundo. As informações foram coletadas pela Organização Mundial da Saúde e pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef).
A cobertura global, segundo as agências, é de 86%. No entanto, é necessário que ela seja de 95% para proteger as crianças contra surtos. No ano passado, segundo a ONU, foram registrados quase 350 mil casos de sarampo no mundo.
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