Atraso em obras gera prejuízo
Estudo da CNI mostra que R$ 28 bilhões foram perdidos em seis grandes intervenções no país por falta de cumprimento dos prazos
Obra na rodovia BR-101, em Santa Catarina, foi uma das que sofreu atraso, segundo a CNI
A Confederação Nacional da Indústria (CNI) realizou um estudo que identificou um prejuízo bilionário em consequência de atraso em seis obras no país. São R$ 28 bilhões gastos além do
orçamento nas intervenções iniciadas há pelo menos quatro anos. Foram analisados o aeroporto de Vitória (ES), o projeto de esgotamento sanitário da bacia do Cocó, em Fortaleza; o projeto de transposição do Rio São Francisco; a ferrovia de integração Oeste-Leste, na Bahia; o trecho da BR-101 no Sul de Santa Catarina; e as linhas de transmissão ligando as hidrelétricas do Rio Madeira ao sistema interligado nacional. Todas estão incluídas no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).
Somente no Rio São Francisco, o prejuízo devido a atrasos chega a R$ 16,7 bilhões, segundo informações da CNI. O levantamento servirá para o setor industrial debater propostas para o próximo mandato presidencial. Em reunião com os candidatos, a diretoria da CNI vai apresentar o resultado e 43 projetos de dez áreas diferentes e importantes para elevar a competitividade do país.
A CNI identificou que o atraso tem origens recorrentes, como a má qualidade dos projetos iniciais, feitos para o cálculo do orçamento e participação no processo licitatório, demora para obtenção de licenças ambientais e problemas nas desapropriações. Além disso, constatou má gestão dos projetos durante as obras, subestimando-se prazos e custos, e falta de qualificação das equipes.
Perímetro de Irrigação Tabuleiro de Russas, no Ceará, parte do projeto de Transposição do Rio São Francisco
Para a CNI, uma forma de reduzir os custos de atraso é aumentar as obras feitas por meio de concessões ou parcerias público-privadas, melhorar a qualidade das licitações, entre outras.
MAPA
Além do estudo sobre as obras, a CNI publicou recentemente o Mapa Estratégico da Indústria 2013-2022. O documento, feito com base na contribuição de 520 pessoas entre empresários, executivos, acadêmicos e presidentes de associações nacionais e federações, identifica dez fatores para a competitividade brasileira, que podem ser classificados em quatro grupos: educação, ambiente de atuação da indústria, custos de produção e inovação e produtividade. Os fatores são educação, eficiência do estado, ambiente macroeconômico, segurança jurídica e burocracia, desenvolvimento de mercados, financiamento, relações de trabalho, infraestrutura, tributação e inovação e produtividade.
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