Aventura sobre duas rodas

Ivo Porto saiu de Betim em direção a Foz do Iguaçu a bordo de uma bicicleta. O desafio não foi concluído, por conta de problemas de saúde, mas o histórico do ciclista é surpreendente.

Ciclismo / 17 de Março de 2020 / 0 Comentários
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Distância não é um problema para o técnico em mecânica Ivo Pinheiro Porto, de 46 anos, principalmente se ele estiver sobre duas rodas, pedalando e se desafiando constantemente. A última façanha dele foi seguir de Betim rumo a Foz do Iguaçu (PR) de bicicleta, um trajeto de aproximadamente 1.400 km.

A viagem teve início em 16 de fevereiro e deveria ter sido concluída no dia 22, mas uma desidratação encerrou a aventura mais cedo, em Batatais (SP), a cerca de 450 km do município de origem.

A Entrevias conversou com Porto em momentos diferentes da jornada. Dois dias antes de iniciar a pedalada em direção ao Sul do Brasil, ele confessou estar bastante ansioso, mas demonstrou muito entusiasmo. Já nos primeiros dias do roteiro, no entanto, o ciclista sofreu com fortes cãibras e precisou de uma segunda-feira inteira de descanso, o que não estava nos planos. Além das dores e do incômodo, ele foi desafiado pela chuva – constante e forte em alguns momentos – e por um pneu furado.

No quarto dia da viagem, o técnico em mecânica sentiu-se mal e optou, então, por voltar para casa. “Infelizmente, não pude concluir, mas, se Deus quiser, no ano que vem, estarei nessa empreitada novamente”, adiantou Porto, que contou com o patrocínio da associação Prevenir Proteção Veicular e da Equipe Bike.

Superação

Se você acha que as chances de a aventura dar errado eram grandes, em função do tamanho do desafio, pasme: o ciclista já foi de Betim até João Pessoa (PB) de bike em janeiro de 2018. Quatorze dias e 2.300 km depois, o feito foi concluído com sucesso. A história toda começou quando uma das filhas dele, que vive na capital paraibana, ficou surpresa ao saber que o pai tinha ido até a casa dela de carro, e não de avião, no fim do ano anterior.

“Ela me desafiou dizendo que duvidava que eu conseguisse ir de bicicleta. Eu balancei a cabeça sinalizando que sim, enquanto minha esposa fazia que não. Fiquei com aquilo na cabeça e já voltei prestando atenção na paisagem, decorando o trecho”, relembra Porto.

Aliando dedicação e organização, ele elaborou uma planilha com uma estimativa dos quilômetros que deveriam ser pedalados por dia e com as cidades onde iria pernoitar, além do que levaria na bike e como acomodaria tudo nela.

O passeio, segundo Porto, foi tranquilo e rendeu várias histórias divertidas. Uma delas foi a de uma unha encravada no pé que ele cortou com um canivete no sexto dia da viagem. O balanço final da jornada foi de dois pneus trocados, seis câmaras de ar furadas e sete quilos perdidos.

“Não avisei a minha filha que estava indo porque queria fazer uma surpresa. Ela ficou deslumbrada, e o pessoal me chamou de ´doido´. Encontrei muitos ciclistas no caminho, que me perguntavam de onde eu vinha e para onde eu estava indo. Depois de concluir esse desafio, comecei a me perguntar por que não fazer outras viagens”, conta o técnico em mecânica, que pedala desde os 7 anos e já participou de várias competições.

O segredo para tanta disposição, de acordo com Porto, é treinar bastante e fazer aquilo de que se gosta. “Sou muito apaixonado pelo ciclismo”, finaliza.

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