Câmera na mão e pé na estrada
Jovem fotógrafo registra viagem de caminhão pelo país. Objetivo, agora, é mostrar a vida dos caminhoneiros em um documentário.
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Ele tem apenas 19 anos e já esteve frente a frente com a realidade vivida pelos caminhoneiros nas rodovias brasileiras. Com uma câmera na mão e uma vontade enorme de eternizar momentos, Frontino dos Reis Júnior, um fotógrafo apaixonado por caminhões, viajou durante 17 dias com o irmão, Luciomar, e retratou o trabalho de profissionais que atravessam o país rotineiramente.
A dupla seguiu de Cascavel (PR) até Candeias do Jamari (RO), e todo o trajeto (ida e volta) foi documentado. Os registros dessa aventura foram apresentados na conclusão do curso superior de fotografia do Centro Universitário Fundação Assis Gurgacz, no município paranaense.
“Sempre tive contato com caminhão. Meu pai trabalhava com transporte de bebidas, e meus dois irmãos por parte de pai também são caminhoneiros. Então, desde muito pequeno, eu já gostava. Em 2018, comecei a ir para a BR com meus amigos, e a gente passava o dia tirando fotos de caminhões. Eu sonhava um dia dirigir um, mas meu pai nunca me apoiou. Ele queria que eu fizesse faculdade. Então, quando terminei o ensino médio, decidi unir as duas paixões”, conta Frontino.
Ao concluir o curso de fotografia, o jovem logo pensou em fazer algo relacionado ao universo dos caminhoneiros. Um amigo, então, sugeriu que ele pegasse estrada e registrasse a realidade desses profissionais. Frontino recebeu a permissão da faculdade para se ausentar pelo período da viagem e embarcou de carona com o irmão, que já soma 20 anos de profissão, rumo a uma jornada de muitas emoções.
“Eu moro em Santa Izabel do Oeste e ele, em Santo Antônio do Sudoeste. A gente carregou peças de silos desmontadas em Cascavel e levou até Candeias. Durante todo o trajeto, fui tirando fotos, sem roteiro. Deixei as coisas acontecerem. Fotografei banheiros, paradas, postos, carregamento, tudo”, lembra o fotógrafo.
Depois de Candeias do Jamari, eles foram para Machadinho do Oeste (RO) e seguiram por uma estrada de chão até chegarem a Guatá (MT), onde carregaram madeira para levar para Marília (SP). Falando assim, pode parecer uma viagem simples, mas os dois enfrentaram muitos quilômetros de terra, trechos íngremes em que o caminhão teve dificuldade para subir carregado, estradas precárias e falta de estrutura. Por outro lado, também teve muita imagem marcante.
“A situação das rodovias no Brasil é ruim. Só existem estradas boas em trechos pedagiados e, mesmo assim, muitas vezes, elas não são excelentes. Também é ruim a infraestrutura dos postos de combustíveis, dos postos fiscais e dos locais de descanso à beira da estrada”, afirma.
Frontino registrou aproximadamente 1.200 fotos em mais de 3.600 km de viagem, e foi difícil escolher apenas 11 para compor o trabalho de conclusão do curso. Depois de uma edição, ele também selecionou cerca de 40 imagens para o seu portfólio.
Agora, o jovem planeja fazer um documentário em vídeo acompanhando outra viagem. A ideia é mostrar a realidade dos caminhoneiros no Brasil e dar visibilidade ao que eles vivem nas estradas. “Ninguém imagina que aquele arroz com feijão que come todo dia passou por um caminhão e um caminhoneiro nem o que esse profissional enfrentou para que a comida chegasse à casa das pessoas”, ressalta o fotógrafo.
Para viabilizar o documentário, Frontino está em busca de parcerias e patrocínio. “Eu tenho a ideia, mas ainda não tenho câmera, microfone, equipamentos nem recursos para a realização do projeto”, lamenta. Quem quiser apoiar a iniciativa pode entrar em contato com ele pelo telefone (46) 99933-5610 ou pela página no Instagram (@fronntii_reis_fotografias)
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