Caminhoneiros imunizados
Incluídos no grupo prioritário da vacinação contra a Covid-19 no início do ano, profissionais do transporte rodoviário de cargas, enfim, começaram a receber as primeiras doses
A- A A+Reconhecidos como prestadores de serviços essenciais, os trabalhadores do transporte foram incluídos no grupo prioritário da vacinação contra a Covid-19 em meados de janeiro último pelo Ministério da Saúde, conforme mostrado pela Entrevias na edição daquele mês. A aplicação dos imunizantes nos profissionais da categoria, no entanto, demorou alguns meses para ter início em muitas localidades, que precisaram aguardar a chegada de mais remessas de vacinas para ampliar o grupo prioritário da campanha.
Em Betim, na região metropolitana de Belo Horizonte, a aplicação da primeira dose nos caminhoneiros que trabalham em empresas sediadas no município (cerca de 1.660) ocorreu de 17 a 22 de maio. Já a imunização dos autônomos (estimados em 2.158) teve início no fim de junho, seguindo uma escala por faixa etária: inicialmente, os profissionais a partir de 45 anos; na sequência, os que têm entre 36 e 44 anos; e, por fim, aqueles entre 18 e 35 anos.
Para serem vacinados, os profissionais do transporte precisaram fazer um cadastro on-line pelo site do governo municipal. A medida, contudo, surtiu mais efeito a partir do momento em que o Executivo betinense adotou uma postura ativa e foi atrás do público-alvo, de acordo com o presidente do Sindicato dos Cegonheiros de Minas Gerais (Sintrauto/MG), Carlos Roesel. “Dessa forma, [a prefeitura] conseguiu atingir uma grande quantidade de caminhoneiros, tirando a burocracia deles e trazendo-a para os sindicatos ou para as empresas”, afirma.
Com a expectativa de que toda a categoria seja imunizada contra a Covid-19, Roesel ressalta que a ação traz a esperança por dias melhores. “Lamentavelmente, tivemos perdas de algumas vidas. Com a vacinação e mantendo os cuidados, esperamos que o setor comece a respirar mais aliviado e que não tenhamos mais nenhuma vida perdida ou pessoas internadas em função dessa doença terrível”, disse.
Cuidados redobrados
Por conta da exposição constante dos transportadores ao risco de contaminação pelo novo coronavírus – já que esses profissionais não pararam de trabalhar, e, em alguns casos, viram a demanda até aumentar –, o Sintrauto/MG adotou, logo no início da pandemia, quando ainda se sabia pouca coisa sobre a Covid-19, alguns protocolos de segurança para os cegonheiros, como a distribuição de álcool em gel.
“Porém, o que mais teve resultados positivos e salvou vidas foi o fato de termos desenvolvido e implementado a chamada a distância (virtual). Assim, conseguimos, durante o período de pandemia, manter todos os envolvidos nas operações respeitando o distanciamento e, ao mesmo tempo, desempenhando suas funções normalmente”, relembra Roesel.
De acordo com o presidente do sindicato, a princípio, a estratégia causou estranheza, desconfiança e muita curiosidade, mas, passado o período de adaptação à novidade, ela foi abraçada e reconhecida por todos.
Junto com os caminhoneiros, outras categorias do transporte foram incluídas no grupo prioritário do Ministério da Saúde para a vacinação contra a Covid-19: portuários (incluindo os que atuam na área administrativa), funcionários de companhias aéreas nacionais, de empresas metroferroviárias de passageiros e de cargas, de empresas brasileiras de navegação e motoristas e cobradores dos transportes coletivos de passageiros urbanos e rodoviários.
A inclusão desses profissionais foi celebrada pelo ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, na época. “Essa é uma grande notícia para os nossos trabalhadores, que continuaram, mesmo durante a pandemia, prestando um grande serviço ao país. Esses profissionais terão o suporte do governo federal para assegurar a vacinação como grupo prioritário, e vamos garantir a segurança e as condições que eles precisam para continuarem nas estradas, nos portos e nas ferrovias”, afirmou.
Dados do governo federal mostram que, até 24 de maio último, 95.055 doses de imunizantes haviam sido aplicadas em trabalhadores dos transportes aéreo e coletivo rodoviário, caminhoneiros, portuários, metroviários, ferroviários e aquaviários em todo o país.
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