Campanha dedicada ao Alzheimer

Iniciativa busca orientar a população na identificação dos primeiros sintomas para assegurar mais qualidade de vida ao paciente

Saúde / 10 de Março de 2023 / 0 Comentários

Fevereiro foi o mês de conscientização sobre o Alzheimer. Chamada Fevereiro Roxo, a campanha nacional busca melhorar a informação da população quanto à importância do diagnóstico precoce e do tratamento adequado da doença.

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Fevereiro foi o mês de conscientização sobre o Alzheimer. Chamada Fevereiro Roxo, a campanha nacional busca melhorar a informação da população quanto à importância do diagnóstico precoce e do tratamento adequado da doença. O lúpus e a fibromialgia também são abordados na iniciativa. Embora sejam três doenças distintas, elas possuem dois aspectos em comum: são crônicas e incuráveis.

A ação é promovida com o intuito de orientar as pessoas sobre a identificação dos primeiros sinais dessas patologias para que os pacientes possam buscar o atendimento de profissionais capacitados o quanto antes, já que, se identificadas na fase inicial, essas enfermidades podem ter os sintomas controlados ou retardados, permitindo que as pessoas com diagnóstico positivo tenham mais qualidade de vida.

No caso do Alzheimer, uma das principais características é a piora progressiva da doença. Essa evolução, de acordo com o Ministério da Saúde, pode ser dividida em três fases: leve, moderada e grave. Na primeira, podem ocorrer alterações como perda de memória recente, dificuldade para encontrar palavras, desorientação no tempo e no espaço, dificuldade para tomar decisões, perda de iniciativa e de motivação, sinais de depressão, agressividade, diminuição do interesse por atividades e passatempos.

Na etapa moderada, é comum a pessoa acometida apresentar dificuldades mais evidentes com atividades do dia a dia, com prejuízo de memória, apresentando esquecimento de fatos importantes e de nomes de pessoas próximas; incapacidade de viver sozinho, de cozinhar, de cuidar da casa e de fazer compras; dependência importante de outras pessoas, necessidade de ajuda com higiene pessoal e autocuidados; maior dificuldade para falar e se expressar com clareza; alterações de comportamento (agressividade, irritabilidade, inquietação); ideias sem sentido (desconfiança, ciúmes) e alucinações (ver pessoas e ouvir vozes de quem não está presente).

Já na fase grave, observa-se um prejuízo gravíssimo da memória, resultando na incapacidade de registro de dados e em muita dificuldade na recuperação de informações antigas como reconhecimento de parentes, amigos e locais; dificuldade para alimentar-se associada a prejuízos na deglutição; entender o que se passa à sua volta; de orientar-se dentro de casa.

Também podem ocorrer incontinências urinária e fecal e a intensificação de comportamentos inadequados. Existe ainda a tendência de prejuízo motor, interferindo na capacidade de locomoção. Posteriormente, o paciente pode necessitar de cadeira de rodas ou até mesmo ficar acamado.

“Essa divisão em fases tem caráter meramente didático, e, muitas vezes, sintomas classificados em diferentes etapas se mesclam em um mesmo período”, ressalta o Ministério da Saúde.

TRATAMENTO

Apesar de ainda não terem encontrado a cura para o Alzheimer, as pesquisas têm avançado no entendimento dos mecanismos que desencadeiam a doença, bem como no desenvolvimento de drogas para o tratamento dela, que consistem em aliviar os sintomas, estabilizando-os ou ao menos retardando a progressão deles de maneira que o paciente possa manter suas atividades rotineiras com independência por mais tempo.

“Os avanços da medicina têm permitido que os pacientes tenham uma sobrevida maior e uma qualidade de vida melhor, mesmo na fase grave da doença, porém não existe cura para o Alzheimer”, frisa a pasta.

Por conta das diferentes características de cada fase da enfermidade, profissionais de áreas variadas costumam ser indicados tanto para os pacientes quanto para os familiares, que precisam de orientações. Além de médicos (geralmente neurologistas, geriatras, psiquiatras ou clínicos gerais), psicólogos, enfermeiros, terapeutas ocupacionais, fonoaudiólogos, fisioterapeutas, nutricionistas, educadores, educadores físicos, assistentes sociais e dentistas atuam no enfrentamento do processo de adoecimento.

PREVENÇÃO

Mas, se o Alzheimer não tem cura, é possível ao menos evitar a doença? Segundo especialistas, a resposta é sim. Para isso, contudo, é necessário, em muitos casos, haver uma mudança no estilo de vida, o que deve acontecer o quanto antes para minimizar o problema.

Entre as dicas elencadas pelo Ministério da Saúde estão: estimular o cérebro aprendendo algo novo (um idioma, um instrumento, palavras cruzadas etc.) – a leitura também é um ótimo hábito para o cérebro reter informações, treinando várias funções; exercitar-se ao menos 30 minutos de três a cinco vezes por semana com atividades como natação, caminhada ou até mesmo subir escadas em vez de ir de elevador; ter uma alimentação saudável e balanceada (vegetais, peixes e frutas têm ótimos nutrientes para o cérebro, assim como óleos vegetais ricos em Ômega 3); controlar o diabetes e a pressão arterial, já que os dois problemas são comuns entres idosos e podem aumentar o risco de Alzheimer e de outros tipos de demência em até 50%; tomar sol ou suplementar a vitamina D (um estudo publicado em agosto de 2014 na revista "Neurology" apontou que as pessoas com idade avançada que não recebem quantidades suficientes de vitamina D correm mais riscos de apresentarem demência).

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