Câncer: cuidados reduzem risco

No Dia Mundial do Câncer, celebrado no início de fevereiro, a Organização Mundial da Saúde (OMS) fez um alerta preocupante: a cada minuto, 40 pessoas são diagnosticadas com a doença ao redor do mundo. O enfrentamento do câncer é um desafio que exige colaboração, e a entidade trabalha globalmente para fortalecer parcerias, promover campanhas de prevenção e garantir acesso a tratamentos.

A OMS divulgou diretrizes essenciais para reduzir o risco de câncer, entre elas evitar o tabagismo, praticar atividades físicas regularmente, manter uma alimentação equilibrada, controlar o peso e moderar o consumo de álcool.
Segundo o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, a organização atua em várias frentes, desde o fornecimento de medicamentos oncológicos pediátricos até iniciativas para erradicar o câncer cervical. “Estamos trabalhando para melhorar a vida de milhões de pessoas”, destacou ele em suas redes sociais. Tedros ressaltou ainda a importância da coragem dos pacientes, o avanço da ciência e a necessidade de um compromisso coletivo para a promoção da saúde.

Em apoio à causa, a União Internacional para o Controle do Câncer (UICC) lançou o Desafio dos 21 Dias, incentivando ações concretas para prevenção e conscientização. A campanha, iniciada em 2019 com o lema “Eu sou, eu vou: juntos, todas as nossas ações são importantes”, busca envolver não apenas indivíduos, mas também cidades, organizações e instituições. No Brasil, a Fundação do Câncer aderiu à iniciativa e promove a campanha “21 Ações para 2021”, focada em incentivar hábitos saudáveis.

Luiz Augusto Maltoni, diretor-executivo da Fundação do Câncer, enfatiza que práticas saudáveis podem reduzir entre 30% e 50% os novos casos de câncer anualmente. “Se as pessoas adotarem hábitos como alimentação equilibrada, cessação do tabagismo e atividade física, poderão diminuir consideravelmente os riscos”, pontua.

A campanha reforça a importância da resiliência e da inovação, especialmente em tempos de pandemia. Segundo Maltoni, além dos 625 mil novos casos previstos para o Brasil em 2021, a população enfrenta o impacto da Covid-19. Para estimular a adesão às práticas preventivas, a Fundação do Câncer divulgará conteúdos informativos e histórias inspiradoras nas redes sociais.

O Instituto Nacional do Câncer (Inca) também aderiu à campanha global e lançou os “21 desafios” em sua página na internet, com orientações diárias para melhorar a saúde e apoiar pacientes oncológicos. De acordo com Liz Almeida, coordenadora de Prevenção e Vigilância do Inca, o objetivo é incentivar mudanças graduais que possam se tornar hábitos permanentes.

Cuidados
Enquanto campanhas de conscientização avançam, a desinformação sobre o câncer se torna um novo desafio. Pesquisadores do Inca alertam para a “infodemia” da doença, um fenômeno que intensifica a disseminação de mitos e tratamentos sem comprovação científica. O pesquisador Fernando Lima é autor de um estudo recente na Revista Brasileira de Cancerologia sobre os riscos das informações erradas divulgadas a respeito do câncer. Em entrevista à Agência Brasil, ele destacou que conteúdos enganosos podem levar pacientes a atrasar diagnósticos ou adotar abordagens ineficazes, comprometendo a saúde.
Entre as fake news mais recorrentes estão as que tratam sobre a vacina contra o HPV e sobre a segurança do cigarro eletrônico, além da promoção de supostos tratamentos alternativos. Telma de Almeida Souza, coautora do estudo, reforça que perder tempo com falsas promessas pode custar vidas. “O combate à desinformação é essencial”, ressalta.
Os pesquisadores defendem um monitoramento constante dessas narrativas e ações rigorosas para regulamentar a responsabilidade das plataformas digitais. Com iniciativas eficazes de prevenção, informação qualificada e suporte à pesquisa científica, o combate ao câncer pode avançar significativamente, salvando milhões de vidas no mundo todo. (Com Agência Brasil)