Câncer de pâncreas: escondido e silencioso
Tumor no órgão que fica entre o estômago e o duodeno apresenta alta taxa de letalidade. Pesquisadores internacionais se dedicam a buscar soluções para o diagnóstico precoce.
A- A A+Um órgão escondido e que intriga cada vez mais a medicina, que tenta identifi car a incidência de câncer de forma cada vez mais precoce. O pâncreas, que fi ca entre o estômago e o duodeno, é silencioso, não dá sinais quando está acometido por um tumor. Estudos recentes mostram a insistência dos pesquisadores em descobrir formas e fórmulas para identifi car o quanto antes a incidência de câncer de pâncreas. A estimativa éque apenas 7% dos pacientes acometidos sobrevivem cinco anos após o diagnóstico, ou seja, a maioria falece antes desse período.
Equipe da Universidade da Pensilvânia, nos Estados Unidos, conseguiu identifi car recentemente um exame de sangue simples e capaz de detectar o câncer no estágio inicial. “Ter um teste biomarcador para essa doença pode alterar drasticamente a perspectiva para esses pacientes”, disse, em nota, o diretor do Centro Abramson de Câncer da Universidade da Pensilvânia, Robert Vonderheide, na época da divulgação do resultado da pesquisa. Os testes ainda seguem no objetivo de validar o experimento, e ele poder ser aplicado em pacientes em larga escala. Como uma força-tarefa, o Japão também está estudando formas de detectar antecipadamente o câncer de pâncreas. Na Universidade de Kumamoto, chegou-se a outro exame de sangue, desta vez analisando-se com tecnologia avançada as proteínas e as mudanças que ela gera já no início do tumor. A ideia é que seja eficaz ainda para cânceres de estômago, bexiga, colorretal, duodenal e hepático. Já na Universidade de Gotemburgo, na Suécia, o estudo com a mesma finalidade levou a uma espécie de endoscopia, conforme informou a médica do hospital universitário Karolina Jabbar em comunicado enviado à imprensa. “Temos muita esperança de que o método permita detectar os casos precoces, em uma fase na qual o câncer de pâncreas ainda possa ser tratado ou detido”, declarou. “É como uma endoscopia comum, com a diferença de que o tubo emite ultrassons e permite ver o órgão muito melhor para extrair o líquido”, explicou a pesquisadora às agências de notícia internacionais.
INCIDÊNCIA
O câncer de pâncreas é considerado de difícil detecção e apresenta alta taxa de mortalidade, segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca). O diagnóstico é tardio, e ele costuma ter comportamento agressivo. No Brasil, é responsável por cerca de 2% de todos os tipos de câncer diagnosticados. De acordo com o Inca, o tumor no pâncreas é raro antes dos 30 anos e se torna mais comum a partir dos 60. No entanto, de acordo com dados da União Internacional contra o Câncer (UICC), os casos da doença têm avançado em idades mais jovens, entre 40 e 50 anos. A incidência é mais signifi cativa entre homens. São quatro os estágios do câncer no pâncreas. No primeiro, o tumor está confi nado e mede em torno de 2 cm. Num segundo momento, ele começa a penetrar na gordura que reveste o pâncreas e compromete os linfonodos. No estágio 3, atinge os grandes vasos que irrigam o intestino nas proximidades do pâncreas e, no estágio 4, compromete órgãos mais distantes, como peritônio, pulmões, fígado e ossos.Quando ele é descoberto em uma das três primeiras fases, é possível fazer cirurgia associada à quimioterapia e/ou radioterapia. Faz-se a retirada parcial ou total do pâncreas e dos linfonodos. A cirurgia é considerada de grande porte e complexa.
SINTOMAS
Os principais sintomas do câncer são dor abdominal de leve ou forte intensidade que irradia para as costas, icterícia, perda de apetite e de peso, cansaço, anemia e surgimento do diabetes tipo 2. No entanto, são sintomas que aparecem quando a doença já está em estágio avançado e as células do tumor afetaram órgãos vizinhos.As causas ainda são desconhecidas, mas acredita-se que a principal delas é o uso do cigarro e de bebidas alcoólicas. Por isso, a principal forma de prevenir é não fumar e evitar o excesso de álcool.
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