Capacitação em dia

Um dos trajetos que precisam ser sempre percorridos pelos motoristas do transporte rodoviário de cargas (TRC) é o da capacitação profissional. De acordo com entidades representativas do setor, é por meio de cursos e do constante aprendizado que os resultados são otimizados, e os riscos, reduzidos.

“Capacitar o profissional melhora a produtividade. Um funcionário educado e capacitado produz mais em menos tempo e aumenta a segurança, diminuindo os custos com seguradoras e ações judiciais”, afirma o assessor jurídico do Sindicato das Empresas de Transporte de Cargas do Centro-Oeste Mineiro (Setcom), Donizetti França, ressaltando a importância do aperfeiçoamento contínuo.

Segundo ele, entre os cursos mais recomendados aos motoristas do TRC estão os que são ofertados pelo Serviço Social do Transporte e Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte (Sest/Senat). França destaca os relacionados a segurança, direção defensiva, operação de empilhadeira e gerenciamento de riscos, bem como os treinamentos operacionais em simuladores.

Neste ano, o Sest/Senat passará a oferecer, gratuitamente, mais de 500 cursos presenciais e cerca de 300 a distância (EAD) – houve uma ampliação de 30% com a inauguração de 50 novas unidades pelo Brasil (em Minas Gerais, são 25 no total). Ao todo, serão 125 simuladores de empilhadeira e outros 130 simuladores híbridos de direção para aperfeiçoamento em condução de todos os tipos de veículos.

Início imediato

Conforme divulgado pela entidade, várias turmas têm início em janeiro. Os cursos são organizados por categorias: educação, gestão, regulamentados, saúde, social e transporte. Para o transporte de cargas, os destaques apontados para este início de ano são o curso especializado para condutores de veículos de transporte de cargas indivisíveis e a atualização para condutores de veículos de cargas de produtos perigosos.

No primeiro caso, é exigida a especialização dos profissionais, já que se trata do carregamento de uma peça unitária, de grande peso, que também pode ter grandes dimensões, a exemplo dos guindastes, das toras ou dos blocos de rochas.

No Sest/Senat, o curso tem carga horária de 50 horas/aula (ou de 15 horas/aula para quem já possui o curso de especialização), ministrada em cinco dias, das 8h às 18h. “Depois de se formar, o caminhoneiro solicita uma segunda via da carteira de habilitação, na qual vai constar a autorização para o transporte da carga indivisível”, como informado pelo sistema.

Já o transporte de produtos perigosos ganhou novas regras com a Resolução 5.232 da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), em vigor desde dezembro do ano passado, e, por isso, os profissionais precisarão se adequar às mudanças. De acordo com o Sest/Senat, todo o material didático dos cursos sobre esse tema já foi atualizado.

Aprendizado

Segundo o consultor técnico sênior da Federação e do Sindicato das Empresas de Transporte de Carga do Estado de Minas Gerais (Fetcemg/Setcemg), Luciano Medrado, a cada ano, os cursos de capacitação se tornam mais importantes para os profissionais do setor em função do aumento da competitividade e das inovações tecnológicas que despontam no mercado.

Ele também recomenda para motoristas do TRC os cursos ofertados pelo Sest/Senat. “As empresas de transporte, culturalmente, surgem de carreteiros autônomos bem-sucedidos que passam a ser empresários do transporte. Eles, então, começam a se preocupar em melhorar as estruturas operacionais, e nós desenvolvemos modelos de profissionalização da mão de obra básica”, diz Medrado.

De acordo com o consultor, a Fetcemg e o Setcemg têm três níveis de programas de capacitação: o de motoristas, desenvolvido junto ao Sest/Senat; o de média gerência, que abrange trabalhadores dos setores de recursos humanos, controle e tributário, por exemplo, e acontece internamente nas entidades; e, por fim, o de alta gerência, voltado para executivos do TRC e feito juntamente com a Fundação Dom Cabral. “Esse é um programa de especialização em transporte”, explica.

Ainda de acordo com Medrado, para todos os níveis, as turmas já começam a se formar em janeiro. “No fim do ano, fazemos uma pesquisa de demanda. Além disso, incluímos alguns cursos, mesmo que eles não apareçam nos resultados, mas que entendemos que são importantes na profissionalização das empresas”, conclui.