Colombianos no caminho da morte
BR-381 é marcada por acidentes envolvendo estrangeiros durante a Copa do Mundo
Quatro colombianos sofreram acidente na BR-381, sentido João Monlevade, no início da Copa do Mundo. Eles foram socorridos pela equipe Anjos do Asfalto
Os turistas que vieram a Minas Gerais para a Copa do Mundo não se valeram só dos aeroportos para se locomover. Muitos usaram rodovias perigosas e elas não fugiram à regra: foram palco de acidentes envolvendo os estrangeiros. Segundo dados da Polícia Rodoviária Federal (PRF), foram registrados mais de 21 mil acidentes nas rodovias federais durante o Mundial. O resultado foi 1.085 mortes e 11.842 feridos, entre brasileiros e estrangeiros. Foram 51 dias de fiscalizações durante a Operação Copa do Mundo.
Uma das tragédias, que ganhou repercussão internacional, foi a morte da designer argentina María Soledad Fernández, 26, na Fernão Dias, trecho da BR-381 que liga BH a São Paulo. A batida ocorreu na noite de 2 de julho, no KM 619, sentido Belo Horizonte.
A designer seguia de São Paulo para a capital mineira com a equipe da produtora em que trabalhava. O pai dela, Tití Fernández, jornalista famoso na Argentina pela cobertura do futebol, também estava no carro e não se feriu. Eles estavam em um Fiat Doblò com dois colegas argentinos. O carro capotou e caiu em uma ribanceira de aproximadamente seis metros. De acordo com a PRF, um Golf bateu violentamente na traseira do Doblò, empurrando-o para fora da pista.
Os jornalistas Fernando Javier Bruno, 41, e Juan Daniel Berazagueti, 43, ficaram feridos e foram atendidos no local por equipe da concessionária Autopista Fernão Dias. Depois, foram encaminhados ao Pronto Atendimento Municipal (PAM) da cidade de Oliveira e, em seguida, ao Hospital Regional de Betim. A equipe saía do jogo da seleção argentina no Itaquerão, em São Paulo, e voltava para BH, onde ficou hospedada, no Centro de Treinamento do Atlético Mineiro, em Vespasiano.
Já no trecho conhecido como Rodovia da Morte, entre BH e Governador Valadares, no Leste de Minas, outro acidente envolveu quatro colombianos no dia 15 de junho. A batida foi na altura do KM 423, em Caeté, na Grande BH. As vítimas do acidente foram Diego Vazquez Suavez, 25, Juan Carlos Vazquez, 49, Blanca Nídia Suavez, 50, e Daniel Felipe Del John, 23, que ficaram levemente feridos.
Os Anjos do Asfalto, que trabalham no resgate de acidentes no trecho, foram os primeiros a chegar ao local. Segundo Marcus Campolina, presidente da organização não governamental, o resgate foi realizado por seis socorristas voluntários. “O acesso ao local do acidente era difícil. Estávamos bem próximos e chegamos minutos após o acontecido. Descemos usando técnica de salvamento em altura, com equipamento de rapel”, explica Campolina.
Ainda de acordo com informações dos Anjos do Asfalto, uma carreta teria fechado o carro. O motorista perdeu o controle da direção do veículo, que capotou e caiu em uma ribanceira. Os colombianos informaram que estavam em Itabira e seguiam em direção a Belo Horizonte. Uma das causas do acidente seria a falta de sinalização na estrada. “A falta de sinalização na rodovia é evidente. Com a Copa do Mundo e com o fluxo de veículos aumentando nas estradas, com tantos turistas, não houve sequer uma placa alertando para os perigos da rodovia, em nenhum idioma. Os brasileiros, principalmente os mineiros, sofrem muito com a precariedade das estradas”, afirma Campolina.
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