Confiança renovada
Sondagem da CNT revela otimismo dos transportadores brasileiros para o setor em 2019. Grande parte acredita em recuperação econômica e aposta em ampliação da frota ainda neste ano.
A- A A+Os transportadores brasileiros acreditam em bons resultados para o setor neste ano, conforme revelado pela 10ª edição da Sondagem Expectativas Econômicas do Transportador, realizada pela Confederação Nacional do Transporte (CNT). O otimismo é atribuído, principalmente, às mudanças no cenário político nacional.
De 31 de outubro a 28 de novembro do ano passado, foram entrevistadas 776 empresas, a maior parte delas (384 ou 49,5%) do transporte rodoviário de cargas (TRC). Também foram ouvidos representantes dos transportes rodoviário de passageiros, ferroviário de cargas, urbano de passageiros por ônibus, metroferroviário de passageiros, aquaviário (navegação marítima e interior) e aéreo. As conclusões foram apresentadas em dezembro.
Para 74,2% dos participantes, 2019 será favorável para o transporte no Brasil. Eles acreditam que o governo federal conseguirá promover as mudanças estruturais necessárias para a retomada do crescimento econômico no país. Apenas 2,8% não confiam em resultados melhores do que os dos últimos dois anos.
De acordo com a sondagem, 76,6% dos empresários estão confiantes quanto aos fundamentos macroeconômicos e aos indicadores de desempenho empresarial e apostam, inclusive, que a taxa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) será superior à do ano passado.
Quanto à taxa básica de juros – Selic –, a maior parte dos entrevistados (41,8%) acredita em previsões de queda, movimento que é fundamental para a realização de investimentos.
“No que tange à carga tributária, 41,8% apostam em diminuição, provavelmente confiando em uma bem-sucedida reforma tributária, com reflexos já em 2019. Outros 41% são menos otimistas e acreditam na manutenção do custo da obrigação tributária para o setor, enquanto apenas 12% revelam expectativa de elevação da carga tributária”, apontou o levantamento da CNT.
Reação em cadeia
Caso esse cenário otimista se confirme, os transportadores terão aumento da receita bruta, conforme projetado por 68,7% deles, sobretudo pela ampliação da movimentação das cargas (83,4%), dos passageiros (59%) e do número de viagens (67,3%).
Outro efeito positivo esperado a partir dessas melhorias é a diminuição da ociosidade nas empresas em 2019. Mais da metade (53%) dos empresários sondados pretendem aumentar a contratação formal de empregados, e 67,5% têm planos de investir na aquisição de veículos já neste ano.
“Os empresários do segmento querem ampliar as frotas e aumentar o ritmo das atividades. A proposta de um mercado mais aberto, aliada à intensificação do programa de concessões e à continuidade de reformas estruturantes, poderá munir o Brasil das condições necessárias para a melhoria da infraestrutura de transporte”, afirmou o presidente da CNT, Clésio Andrade.
Transporte de cargas
No caso específico do TRC, a sondagem feita pela confederação revelou que o cenário atual não desanimou os empresários do setor. É que, mesmo diante da avaliação negativa das condições das rodovias brasileiras – tanto as públicas quanto as concedidas à iniciativa privada –, mais de 60% deles acreditam em melhorias de infraestrutura. A maioria (também mais de 60%) espera ainda um incremento nos investimentos nas estradas até o fim do ano.
Por outro lado, melhorar as estatísticas de roubos de cargas ainda soa como um grande desafio para o novo governo. Considerada um dos problemas mais graves do TRC – o Brasil é o sexto país com o maior índice de ocorrências desse tipo no mundo –, a ação de bandidos vem provocando contínuas elevações nos preços dos seguros, o que impacta diretamente no custo total das transportadoras, na rentabilidade e, consequentemente, no valor final do frete.
Ainda assim, o levantamento da CNT mostrou que muitos empresários confiam na adoção de medidas que possam reduzir a criminalidade: 61,4% têm expectativa de recuo no número de casos de roubos neste ano. “Essa expectativa é derivada da confiança que os empresários do segmento depositam no novo governo para lidar com as questões de segurança do país – conforme mostrado nessa Sondagem, a segurança foi o terceiro elemento mais citado pelas empresas na lista de itens que devem ser priorizados pelo presidente Jair Bolsonaro”, ressaltou o estudo.
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