Consórcios em alta

Número de cotas para compra de caminhões cresceu 67,9% em 2021. Expectativa é de mercado aquecido também neste ano.

Economia / 10 de Março de 2022 / 0 Comentários
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O ano passado foi promissor para os consórcios de caminhões. Um levantamento feito recentemente pela Associação Brasileira de Administradoras de Consórcios (Abac) mostrou que as vendas nessa modalidade aumentaram 67,9% em relação a 2020. Foram 182 mil novas cotas e mais de 462 mil participantes ativos no sistema.

Dados da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores mostram que foram comercializadas 128.826 unidades de caminhões em 2021, sendo mais de 26% delas por meio de contemplações de consórcios.

Para o presidente-executivo da Abac, Paulo Roberto Rossi, “a boa performance setorial está apoiada no planejamento daqueles que atuam no agronegócio e tem por meta maximizar a produtividade, economizando desde a aquisição de veículo pesado, implemento ou máquina agrícola, incluindo o consórcio como forma mais vantajosa de programar a renovação ou a ampliação dos equipamentos”.

A expectativa para 2022 é de um cenário igualmente positivo, segundo a Abac. A aposta é na previsão de safra recorde de grãos, que poderá gerar uma procura ainda maior por novas cotas.

O consórcio de caminhão é uma maneira de compra para quem não precisa do veículo imediatamente. Para aqueles que se planejam e têm uma boa quantia para dar como lance, as chances de serem contemplados mais rapidamente aumentam.

 

Como funciona

De acordo com a Abac, comprar um caminhão por meio de consórcio é seguro e tem custos mais baixos. “O mecanismo é indicado tanto para pessoas físicas, que podem ver na compra uma opção para atuar de forma autônoma, quanto para pessoas jurídicas, já que podem utilizar o recurso para ampliar ou renovar a frota de veículos sem se descapitalizarem” destaca a associação.

A modalidade é baseada na união de pessoas físicas ou jurídicas que contribuem mensalmente para a formação de um fundo comum. Uma administradora faz a gestão dos recursos e libera os créditos gradativamente, até que todos possam adquirir o bem (o que significa serem contemplados).

A contemplação pode ocorrer por sorteio ou lance. No primeiro caso, a cada mês – ou conforme estiver descrito no contrato –, um participante recebe a premiação (desde que esteja em dia com os pagamentos). Já o lance funciona como um adiantamento das parcelas.

A administradora do consórcio deve ser uma empresa autorizada pelo Banco Central a atuar nesse ramo. A Abac garante que todas as administradoras que fazem parte da entidade estão aptas a exercer a atividade.

Atrativos

A associação ressalta que, antes de aderir ao consórcio, é fundamental conhecer os planos disponíveis: “Escolha um que se adeque ao seu orçamento, considerando o valor das parcelas e o prazo total para pagamento. Informe-se também sobre as taxas cobradas, as condições do grupo e os critérios de atualização do crédito e das parcelas”.

Outro aspecto importante é que o consórcio de caminhões não exige o pagamento de uma taxa de adesão, diferentemente de outras modalidades de crédito. Um dos pontos positivos para os veículos pesados é que também não há incidência de juros nas parcelas, apenas uma tarifa de administração (um percentual fixo na carta de crédito diluído nas prestações para arcar com as despesas da empresa  que administra o consórcio).

Rossi elenca ainda outras vantagens: “A correção do valor do bem sem reajustes retroativos, custos finais mais baixos com pequena taxa de administração e a possibilidade de, além de participar dos sorteios, ofertar lances que propiciem a contemplação antes do prazo final, razão pela qual se verifica que muitos produtores já aderiram ao consórcio e vêm concretizando seus objetivos”, afirma.

O consórcio para financiamento de bens foi criado na década de 1960 e é uma alternativa a outros tipos de compra parcelada, como o crédito direto ao consumidor e o leasing, um tipo de arrendamento.

Para o presidente-executivo da Abac, a evolução do comportamento do consumidor ao procurar atingir os seus objetivos pessoais, familiares, profissionais e empresariais fez com que o sistema de consórcios fosse incorporado à cultura. “O constante aumento de conhecimento sobre educação financeira tem resultado na melhoria da gestão das finanças. O comprador está atuando com mais responsabilidade, sem decisões imediatistas, visando tornar a vida financeira mais tranquila, seja na compra de bens, seja na contratação de serviços”, conclui.

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