Conta muito alta
Custo estimado de acidentes em rodovias federais foi de aproximadamente R$ 13 bi no ano passado, e Minas Gerais lidera ranking
A cada 10 km de rodovia federal ocorreram, em média, sete acidentes com vítimas em 2022. Ao todo, durante o ano passado, houve 64.447 registros, tendo sido 52.948 com vítimas (mortos ou feridos), e o custo total estimado foi de R$ R$ 12,92 bilhões. Esse v
A cada 10 km de rodovia federal ocorreram, em média, sete acidentes com vítimas em 2022. Ao todo, durante o ano passado, houve 64.447 registros, tendo sido 52.948 com vítimas (mortos ou feridos), e o custo total estimado foi de R$ R$ 12,92 bilhões.
Esse valor é praticamente 100% maior do que todo o investimento público federal aplicado no ano passado na malha pública federal (R$ 6,51 bilhões) e representa um aumento de quase R$ 800 milhões em relação a 2021.
Os dados fazem parte do Painel CNT de Consultas Dinâmicas dos Acidentes Rodoviários, elaborado pela Confederação Nacional do Transporte. A metodologia desse levantamento leva em conta despesas diretas e indiretas, como gastos associados a atendimento hospitalar, previdenciário e perda de produção.
Os parâmetros elaborados pela CNT têm por base dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e incluem danos materiais, sinistros de cargas, processos judiciais, deslocamentos e mobilização policial, além de impactos ambientais.
De acordo com a pesquisa, é possível observar, nos últimos sete anos, uma gradativa redução dos acidentes sem vítimas e estabilidade no número de acidentes com vítimas. Os automóveis lideram a lista de veículos implicados em acidentes e mortes, sendo a colisão (62%) o tipo mais frequente.
Metade das ocorrências é de pistas simples, associadas ao intervalo de tempo durante o dia –w ou seja, entre o amanhecer e o anoitecer. As reações classificadas como tardias, ineficientes ou a ausência por parte do condutor são indicadas como os fatores predominantes na causa de acidentes com vítimas. Juntos, representam 25% desses eventos.
Raio X dos acidentes
O período de Carnaval foi o campeão de sinistros nas rodovias federais em 2022. De acordo com a análise da CNT, da sexta-feira de folia à Quarta-Feira de Cinzas do ano passado, foram registrados 1.160 acidentes. Em segundo e terceiro lugares estão os feriados de Proclamação da República e Corpus Christi, cujo total de acidentes foi de 1.079 e 901, respectivamente. Para ambos também se considerou o intervalo quantitativo de cinco dias de feriado.
Os acidentes e as mortes acontecem com maior frequência no fim de semana, de sexta-feira a domingo. Somados, os três dias representam quase metade dos registros de sinistros (48%) e pouco mais da metade do número de mortes (53,7%). Entre as pessoas envolvidas, prevalecem aquelas acima de 45 anos de idade (28%), sendo que o sexo masculino corresponde a 70% dos envolvidos e 81% do número de óbitos.
O ranking de custos de 2022 por Estado é liderado por Minas Gerais (R$ 1,69 bilhão), que tem a maior malha rodoviária do país. Na sequência, estão Paraná e Santa Catarina, com R$ 1,41 bilhão e R$ 1,32 bilhão, respectivamente.
Nesse recorte, a rodovia com o maior número de registros foi a BR-101, contabilizando 9.079 acidentes com vítimas. Já em relação ao número de mortes. A BR-116 é a rodovia em que mais se morre: somente em 2022, foram 640 vidas perdidas nessa malha. Vale ressaltar que essas duas estão entre as mais extensas do país.
“O Painel CNT de Consultas Dinâmicas dos Acidentes Rodoviários visa chamar a atenção do transportador para o cenário nacional. Ao saberem quais são as rodovias onde ocorre o maior número de acidentes e mortes e os tipos mais frequentes, os usuários podem se programar melhor para adotar medidas preventivas de segurança”. Essa é a declaração do levantamento quanto ao seu objetivo.
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