Coração merece cuidado extra
Especialistas fazem alerta sobre a ocorrência de complicações cardiovasculares em pacientes que não controlam o diabetes
A Sociedade Brasileira de Cardiologia aproveitou o Dia Nacional do Diabetes, celebrado em junho, para lançar um alerta. O diabetes não controlado pode causar complicações cardiovasculares, como hipertensão, infarto do miocárdio, angina de peito, acidente
A Sociedade Brasileira de Cardiologia aproveitou o Dia Nacional do Diabetes, celebrado em junho, para lançar um alerta. O diabetes não controlado pode causar complicações cardiovasculares, como hipertensão, infarto do miocárdio, angina de peito, acidente vascular cerebral e aneurisma vascular. Além de medicamentos, os especialistas indicaram atividade física com regularidade e alimentação saudável para auxiliar no controle da glicemia.
O diabetes mellitus é uma síndrome metabólica de origem múltipla decorrente da falta de insulina no organismo ou da sua capacidade de exercer adequadamente seus efeitos. Quando isso acontece, aumentam as taxas de açúcar no sangue (hiperglicemia) de forma permanente.
Segundo o cardiologista Flávio Cure, membro da Sociedade Brasileira de Cardiologia e da Sociedade Europeia de Cardiologia, os sintomas do diabetes muitas vezes podem passar desapercebidos. Por isso, é importante fazer check-ups periódicos com clínico geral, que faz a triagem do paciente. “Na maioria das vezes, em sua fase inicial, o diabetes tipo 2 é assintomático”, afirmou o cardiologista em entrevista à Agência Brasil.
Informações da SBC mostram que, entre os sintomas do diabetes, estão cansaço crônico, falta de energia para atividades corriqueiras e aumento da sede e da vontade de urinar. Segundo Flávio Cure, em homens e mulheres diabéticos, a incidência de infarto e AVC é semelhante, mas representa o dobro quando comparada a pessoas sem diabetes. “Em mulheres, o quadro tende a ser mais grave, com maior mortalidade”, afirmou.
De acordo com Abrão Cury, cardiologista e clínico geral do HCor - Hospital do Coração, em São Paulo, controlar o peso, praticar atividades físicas regulares, reduzir carboidratos, bem como realizar refeições em horários regulares são atitudes que podem prevenir o diabetes tipo II, além do controle definitivo da doença e, consequentemente, do bom funcionamento do coração. “Entretanto, em alguns casos, pode ser necessárioÊo uso de medicamentos para controlar a glicemia do paciente”, salientou o cardiologista.
Além de o paciente diabético ter mais risco de contrair doenças do coração, é necessário cuidado redobrado mesmo após o tratamento. “Isso porque sempre haverá tendência de obstruções das artérias. “É importante não procurar por ajuda apenas em momentos mais sérios de saúde, mas, principalmente, para prevenção de patologias. Se as doenças não forem evitadas, poderão trazer consequências muito mais sérias à saúde”, finalizou o médico do HCor.
Incidência
De acordo com a Sociedade Brasileira de Diabetes, existem atualmente no Brasil mais deÊ13 milhões de pessoas vivendo com a doença, o que representa 6,9% da população nacional. A melhor forma de prevenir é praticando atividades físicas regularmente, mantendo uma alimentação saudável e evitando consumo de álcool, tabaco e outras drogas. Comportamentos saudáveis evitam não apenas o diabetes, mas outras doenças crônicas, como o câncer e a hipertensão arterial.
O Atlas do Diabetes da Federação Internacional de Diabetes (FID) mostra que o Brasil é o quinto país em incidência da doença no mundo, perdendo apenas para China, Índia, Estados Unidos e Paquistão. A estimativa é que a incidência da doença em 2030 chegue a 21,5 milhões de brasileiros e brasileiras com predominância na cidade entre 20 e 79 anos.
A mesma federação traz um dado que comprova a relação entre diabetes e problemas cardiovasculares. Segundo a FID, cerca de 80% dos pacientes com diabetes tipo 2 morrem por causas relacionadas a problemas cardíacos.
De acordo com publicação da Agência Brasil, um estudo recente publicado no British Journal of Sports Medicine, revelou que pessoas que praticam exercícios de intensidade moderada a vigorosa têm menor probabilidade de desenvolver diabetes tipo 2, mesmo aquelas com alto risco genético. A prática de atividade físicas previne e controla os níveis de açúcar quando os músculos estão atuando, usando a glicose do sangue para produzir energia. Segundo especialistas, a insulina que o corpo produz, então, age melhor reduzindo as taxas de glicemia.
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