Covid-19: desafios e oportunidades para o TRC
Reconhecido como uma das principais atividades econômicas, o transporte rodoviário de cargas tem um papel estratégico neste momento como vetor de desenvolvimento, mas precisa se aprimorar
A- A A+Por Luiz Carlos Neves*
Sem ele, medicamentos, respiradores, alimentos, combustível, cilindros de oxigênio e vestuário estariam indisponíveis para a sociedade. O papel estratégico e fundamental do transporte rodoviário de cargas (TRC) nesta pandemia, provocada pela disseminação do novo coronavírus, incentiva a reflexão sobre oportunidades e desafios para o futuro – ainda incerto, mas, seguramente, diferente do que havíamos planejado.
Não há dúvidas do impacto da Covid-19 sobre o setor: redução da atividade econômica e, consequentemente, do faturamento, contaminação de profissionais e diminuição do frete. Tudo isso associado a um cenário que transportadores, especialmente os autônomos – que são os mais impactados –, já vinham enfrentando nos últimos anos: crise econômica, condições precárias de infraestrutura, insegurança rodoviária e ausência de políticas públicas de incentivo e garantia à atividade.
Há anos o segmento mostra que é resiliente e, na pandemia, não tem sido diferente. Os problemas não foram esquecidos, somente ocultados em função de uma das mais graves crises sanitárias do Brasil e do mundo. Neste momento, o transporte está sendo um elemento-chave, garantindo a manutenção das atividades essenciais à sociedade e expondo a coragem e a responsabilidade do transportador com as pessoas.
Esses profissionais nos orgulham e nos incentivam a trabalhar mais e melhor. A Federação Nacional das Associações de Caminhoneiros e Transportadores (Fenacat) continua atuando para garantir a proteção do seu maior bem – o caminhão – e, neste momento, revisa o seu planejamento estratégico para continuar, a partir do “novo normal”, a articulação da aprovação de projetos no Congresso Nacional que proporcionem segurança no dia a dia dos transportadores. Além disso, os serviços continuam: suporte à gestão de associações; realização de estudos técnicos; e fiscalização e defesa de instituições que atuam na proteção e na autogestão do transporte.
LIÇÕES APRENDIDAS
Atualmente, oferecemos o apoio necessário e, ao mesmo tempo, refletimos sobre o quão fundamental é colocar em prática projetos que promovam a sustentabilidade no setor. Mais do que nunca, os transportadores devem ter o controle total da gestão de seus negócios e um olhar crítico para a prestação do serviço.
Como diz aquela frase: “na crise, tire o ‘s’ e crie”. Então, vamos todos fazer a nossa tarefa, que é aprimorar a gestão do frete, entender o novo comportamento da sociedade e as novas formas de mobilidade. As compras on-line e o uso de novas tecnologias – como aplicativos de logística, gestão financeira e de interação com o usuário final da carga – são caminhos sem volta e demandarão dinamismo e criatividade no transporte. Estamos em uma sociedade diferente, mas que ainda precisa de colaboração mútua, união para enfrentar os desafios (apesar do distanciamento social) e otimização de recursos, os três pilares que sustentam todo o trabalho da Fenacat.
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