Crescimento pós-Covid-19
Ipea apresenta estudo com áreas prioritárias para investimentos após o fim da pandemia
A- A A+Especialistas do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) elaboraram um documento para indicar as áreas de desenvolvimento que deverão ser tratadas como prioritárias no país depois da pandemia. O estudo, intitulado “Brasil Pós-Covid-19”, apresenta uma série de propostas de curto e longo prazos baseadas em quatro pilares: atividades produtivas e reconstrução das cadeias de produção; inserção internacional; investimentos em infraestrutura; e proteção econômica e social de populações vulneráveis.
A sugestão do documento é que sejam feitas uma reforma fiscal e outra tributária, além de reformas microeconômicas pró-investimentos, para melhorar a eficiência da economia. De acordo com o Ipea, entre as medidas propostas estão a concessão de empréstimo favorecido para micros e pequenas empresas (MPEs) e a implementação de programas de subsídio temporário para a contratação de trabalhadores.
O instituto ainda recomenda que as compras públicas priorizem as atividades das MPEs e que sejam criadas estratégias para gerar empregos e promover a educação de jovens em situação de vulnerabilidade.
“O Ipea, como instituição cinquentenária e think tank (gabinete estratégico) governamental, e na qualidade de principal órgão de pesquisa e proposição de políticas públicas do Estado, toma a iniciativa de compilar mais de 30 contribuições de caráter indicativo e propositivo, compatíveis com os recursos públicos e privados disponíveis, para auxiliar na tomada de decisão do governo”, afirma o presidente do instituto, o economista Carlos von Doellinger.
No documento, ele destaca que o Brasil estava, no início de 2020, dando sinais de retomada da economia, mesmo com uma queda discreta nas expectativas de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB).
Em março, no entanto, a pandemia trouxe um novo cenário “e a necessidade de que, deliberadamente, partes substanciais da economia mundial fossem colocadas em situação de hibernação, dado que a própria diminuição do contágio pelo vírus seria contingente à redução expressiva de interações sociais e econômicas”, relata o economista na publicação.
Conforme consta no documento, os impactos foram sentidos nos diversos segmentos das atividades produtivas. O mais atingido, segundo o estudo, foi o de serviços, que representa 70% do PIB nacional. Na sequência, vem o setor industrial, especialmente a indústria de transformação. Já o setor agropecuário conseguiu manter um crescimento positivo, embora ele tenha ficado abaixo das previsões do início do ano.
IMPACTO
A demanda interna por bens industriais aumentou 5,2% em junho último na comparação com maio, sinalizando o reaquecimento da economia, segundo o indicador do Ipea de Consumo Aparente de Bens Industriais, que mede a produção interna não exportada acrescida das exportações. Entre os destaques aparecem veículos, equipamentos de transporte e farmoquímicos.
No início da pandemia, o Ipea também publicou um documento mostrando os impactos da Covid-19 nos diversos setores da economia brasileira. No estudo publicado em maio, o setor mais atingido havia sido o da indústria, com ênfase na produção de automóveis (-95%).
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