Cuidado: lixo eletrônico
Descarte irregular de aparelhos com baterias de lítio tem provocado incêndios em caminhões de coleta pelo mundo afora
O descarte inadequado de baterias de íons de lítio, presentes em uma infinidade de aparelhos, a exemplo dos smartphones, das bicicletas elétricas e dos cigarros eletrônicos, tem causado um problema sério: a explosão de caminhões de lixo e até de equipamen
O descarte inadequado de baterias de íons de lítio, presentes em uma infinidade de aparelhos, a exemplo dos smartphones, das bicicletas elétricas e dos cigarros eletrônicos, tem causado um problema sério: a explosão de caminhões de lixo e até de equipamentos e instalações de coleta e reciclagem. Na Holanda, a associação de coletores municipais contabiliza 60 incidentes desse tipo a cada ano – média de um por semana –, segundo balanço apresentado pela entidade.
De acordo com a associação, quando os equipamentos alimentados por essa fonte de energia são dispensados no lixo comum, eles acabam sendo submetidos às prensas dos caminhões, o que pode resultar em vazamento e até em incêndio. A orientação, nesses casos, é que o motorista descarregue toda a carga no meio da rua assim que perceber algum risco ou o início das chamas, propriamente ditas, a fim de preservar a sua integridade e também o veículo.
Para além desse cenário, as baterias de íons de lítio descartadas irregularmente têm sido grandes causadoras de: danos aos caminhões de coleta; derramamento de cargas em vias públicas; emissão de fumaça tóxica e até contaminação do solo e da água, tornando-se, portanto, uma grave ameaça ao meio ambiente e à saúde pública.
Segundo a Mvalle Tech, empresa brasileira de controle de emergências com baterias de íons de lítio, em países onde a eletrificação de produtos está mais avançada, como os Estados Unidos, a França, a China e a Inglaterra, a geração de lixo eletrônico é bastante expressiva, e a destinação equivocada das baterias também.
“No Brasil, já somos inundados por produtos eletrificados. Mas a tendência é aumentar de forma exponencial, seja em pequenos produtos, como ferramentas, patinetes e bicicletas, seja em grandes, como carros elétricos. Entretanto, nossa sociedade não está preparada para lidar com incêndios em baterias de íons de lítio. Muitos não têm ideia do perigo que ele representa. A cadeia de resíduos e reciclagem é um dos setores que sofrerão com esse problema”, alerta a empresa Mvalle Tech.
A empresa ressalta que, no Reino Unido, aproximadamente 48% de todas as ocorrências envolvendo fogo em resíduos estão relacionadas a essas baterias, causando um prejuízo estimado em 158 milhões de libras por ano, conforme foi mostrado por uma pesquisa realizada pela agência de consultoria ambiental Eunomia Research & Consulting.
“Não é preciso dizer que o uso convencional de técnicas e agentes extintores, além de ineficaz, pode ser perigoso. Muitas vezes, as chamas são apagadas, mas a fuga térmica continua ativa, emanando gases inflamáveis capazes de provocar uma explosão em nuvem, envolvendo os brigadistas e os operadores presentes. Sem contar as toxinas emanadas, que podem provocar um edema pulmonar, por exemplo”, frisa a Mvalle Tech.
Por aqui, no Brasil, a Resolução Conama n¡ 257/99 (revisada em 2006), regulamenta o descarte e o gerenciamento ambientalmente adequado de pilhas e baterias que contenham chumbo, cádmio, mercúrio e seus respectivos compostos. No caso do lítio, a destinação indicada são os aterros sanitários ou outra forma ambientalmente adequada.
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