De tirar o fôlego

Em período de baixa temperatura, cuidado com a asma demanda ainda mais atenção e avaliação constante

Saúde / 07 de Julho de 2016 / 0 Comentários
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As oscilações de temperatura nesta época do ano alertam para cuidados redobrados no tratamento e na prevenção da asma, também conhecida como bronquite alérgica. A doença crônica dos pulmões tem como principal característica a presença de uma inflamação nas vias respiratórias que provoca um aumento da sensibilidade a vários estímulos (hiper-reatividade ou instabilidade dos brônquios). Os brônquios instáveis, ao serem provocados, produzem os sintomas da asma.

As crises de asma podem ser causadas por vários fatores, sendo os principais alergia, infecções, irritantes, esforço físico exagerado e aspectos emocionais. “O principal fator do surgimento da alergia é o ácaro da poeira domiciliar, seguido do mofo e dos animais domésticos, principalmente gatos e cães. Para a ocorrência das infecções contribuem viroses como as gripes e os resfriados ou ainda as sinusites. Dos irritantes, mudanças de tempo, fumaça e odores ativos seriam situações causadoras. Ainda temos esforço físico exagerado, aspectos emocionais, uso de alguns tipos de medicamentos, ingestão de certos alimentos, refluxo gastroesofágico, causas hormonais, fatores relacionados ao trabalho ou à escola, asma provocada por outras doenças, entre outros motivos”, relata a médica alergista e imunologista Maria de Fátima Emerson, que coordena o Blog da Alergia.

Características

Embora ocorra mais na infância, a asma pode acometer pessoas de qualquer idade, do bebê até o idoso. Segundo a especialista, é relativamente fácil diagnosticar a doença num grau leve através dos seguintes sintomas: sensação de “peito preso”, falta de ar, cansaço fácil, chiados e tosse (com ou sem secreção). Esses são os mais comuns, mas há outros que variam de pessoa para pessoa. De acordo com a médica, existem casos em que a tosse é o único sintoma apresentado e melhora com o uso de broncodilatadores.

 Já a crise grave de asma se manifesta com intensa sensação de falta de ar, respiração difícil, entrecortada e ofegante. O cansaço é acompanhado de dificuldade em falar, caminhar ou se alimentar. Os lábios e as unhas podem se tornar arroxeadas. A tosse fica intensa, e se observam o batimento das asas do nariz e o uso da musculatura do pescoço e do esterno para respirar. Nesse caso, a medida do sopro (Peak Flow) está abaixo de 50% do valor previsto, e há pouca melhora com a medicação. “É fundamental lembrar: nenhuma crise de asma começa grave. Por isso, é importante reconhecer sintomas leves. É preciso tratara doença o mais cedo possível,  prevenindo as crises e, consequentemente, evitando o pronto-socorro e as internações. Uma pessoa hipertensa não espera a pressão subir para ir ao médico. O asmático deve fazer o mesmo: tratar todos os dias e impedir que as crises fortes ocorram”, adverte Maria de Fátima.

Tratamento

Durante uma crise de asma, depois que o paciente identificou e afastou as causas, é necessário iniciar o tratamento prescrito pelo médico. Mesmo que os sintomas sejam leves, a pessoa não deve subestimar a crise, pois pode haver uma piora do quadro. Além disso, quanto maior for o número de crises, maior será a irritação do pulmão, e, assim, mesmo estímulos menores desencadearão novas crises. É importante manter a calma nessas ocasiões, uma vez que já ficou provada a relevância do fator emocional na crise da asma, e  fazer contato com o médico para receber orientação adequada. 

A casa do asmático merece cuidados especiais porque é sobretudo no ambiente onde ele habita que estará mais exposto aos agentes causadores dos sintomas asmáticos, sendo o quarto o principal foco de atenção. Ácaros são organismos microscópicos que se alimentam de descamação da pele humana, de pelos de animais e também do mofo. Eles vivem em locais onde há acúmulo de poeira, a exemplo de colchões e travesseiros, carpetes, bichos de pelúcia, estantes, papéis. Os ácaros e seus excrementos são os maiores agentes causadores de alergias respiratórias. 

Os asmáticos podem, sim, fazer exercícios físicos, desde que a asma esteja bem controlada. “A prática esportiva é benéfica. A natação é um esporte indicado, pois fortalece a musculatura respiratória, mas outras modalidades podem ser praticadas de acordo com a preferência e com o grau de controle da asma em cada pessoa”, afirma a médica.


Em relação ao avanço da medicina no tratamento da asma, a alergista enfatiza que, atualmente, a medicina dispõe de modernos medicamentos inalados para o controle da asma. Em casos mais graves, o tratamento com anticorpos monoclonais é capaz de administrar a doença e permitir uma melhor qualidade de vida para muitas pessoas”, conclui a especialista, que reforça a necessidade do acompanhamento regular com um médico especialista, com a avaliação, a cada consulta, do nível da doença, além da administração correta dos medicamentos. “É importante ressaltar que o tratamento deve ser mantido mesmo que a pessoa esteja bem, sem apresentar sintomas”, finaliza.  

Médica alergista e imunologista Maria de Fátima Emerson relata que as crises de asma podem ser causadas por vários fatores, sendo os principais aler­gia, infecções, irritantes, esforço físico exagerado e aspectos emocionais

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