Desarmonia nas estradas
A- A A+Deparar-se com problemas pelo caminho é algo corriqueiro na vida dos caminhoneiros. Na maioria das vezes, no entanto, esses entraves poderiam ser evitados se houvesse mais empenho e compromisso dos órgãos públicos. É o caso da precariedade – e até mesmo da ausência – da manutenção da vegetação às margens das rodovias. Mato alto, árvores sem poda e incêndio em palha são os exemplos mais frequentes de desequilíbrio na relação entre ser humano, flora e fauna, conforme apontado por especialistas na matéria especial desta edição.
Além de prejudicar a visualização da sinalização de trânsito, o avanço de alguns espécimes pelas pistas causa avarias nos veículos altos – como os caminhões – e, consequentemente, representa um risco à integridade dos usuários das rodovias. Já “famosa” pela periculosidade, a BR-381, nas imediações de Caeté, na região Central de Minas Gerais, é uma das muitas vias em que se podem encontrar árvores de grande porte invadindo a pista, forçando os motoristas a entrarem na contramão de direção.
Diante da lentidão dos órgãos responsáveis, o Sindicato dos Cegonheiros de Minas Gerais vem agindo por conta própria há mais de duas décadas na tentativa de ao menos amenizar o problema, mas sempre esbarra no excesso de burocracia. “Ficamos praticamente sozinhos com a missão de administrar dezenas de trechos nos quais as árvores necessitam ser podadas”, lamenta o presidente da entidade, Carlos Roesel, em entrevista à Entrevias.
Também limitada em suas ações nesse sentido, a Polícia Rodoviária Federal se encarrega de informar o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes sobre a necessidade de manutenção na vegetação, segundo o representante da corporação ouvido pela reportagem. Já a autarquia da União, cuja resposta era a mais urgente, não se manifestou sobre o assunto. Estamos de olho nessa pauta e vamos continuar acompanhando os desdobramentos dela.
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