O aprimoramento da segurança nos trechos de descida de serra das rodovias federais concedidas à iniciativa privada foi tema de uma mesa técnica promovida pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) no fim de novembro. Cinquenta especialistas de 23 instituições acadêmicas e empresariais, bem como do setor público participaram do debate representando: Polícia Rodoviária Federal (PRF), Instituto Nacional de Projetos Para Trânsito e Segurança (Inprotran), Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Universidade de Brasília (UnB), Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), concessionárias de rodovias, associações, Mercedes-Benz, Marcopolo e Confederação Nacional do Transporte (CNT), além de técnicos e autoridades da própria ANTT.
Segundo a agência, entre todas as pautas discutidas na reunião quatro concentram a maior parte das iniciativas discutidas: aprimorar dados e informações sobre sinistros; promover capacitação técnica; realizar campanhas conjuntas de conscientização; e a necessidade de manutenção dos veículos de transporte de passageiros e cargas.
“O tema segurança é sempre prioridade na ANTT. Se fizermos esforços específicos em pontos críticos, como descidas de serra, que sofrem com eventos climáticos e deslizamentos, vamos zerar o indicador de fluidez. Esforços não faltam para reduzir e zerar esses indicadores”, assegurou o diretor-geral da agência, Rafael Vitale.
O diretor da entidade, Luciano Lourenço, completou reforçando a necessidade de se realizar um trabalho conjunto entre técnicos da ANTT, concessionárias e usuários. “Com ferramentas que permitem monitorar dados de segurança, fluidez e satisfação em tempo real, podemos agir de forma mais rápida e eficiente. A integração entre todos os envolvidos é essencial para alcançar resultados expressivos”, frisou.
Propostas e compromissos
Agentes da PRF presentes na mesa técnica apresentaram dados sobre sinistros de trânsito nas descidas de serras e detalharam as ações realizadas pela corporação na fiscalização e na inovação tecnológica. Eles também apontaram que problemas nos sistemas de freios, suspensões e direção foram as causas presumíveis mais frequentes registradas nas ocorrências.
Algumas das soluções apresentadas pela Polícia Rodoviária Federal para reforçar a segurança nos trechos em questão foram a promoção de campanhas educativas para conscientização dos motoristas; a realização de melhorias na infraestrutura, incluindo novas áreas de escape; o uso ampliado de inteligência artificial para identificar e punir infratores; e o ajuste nas legislações e resoluções que tratam de assuntos do transporte rodoviário de cargas, a fim de contribuir para a ampliação da segurança nas descidas de serra e a redução de acidentes.
A ANTT informou que outras entidades também contribuíram positivamente com sugestões e dados, a exemplo da CNT, com seus últimos relatórios, e da Nova Rota do Oeste, que apresentou o programa Pare pela Vida, voltado para a conscientização e a educação dos usuários, atuando na conscientização e na educação dos motoristas em parceria com a PRF na fiscalização das condições dos veículos, especialmente os freios.
“O trabalho conjunto entre técnicos, governo, concessionárias e usuários é indispensável para alcançarmos os melhores índices de segurança”, afirmou Lourenço.
Ainda segundo a agência, a mesa técnica demonstrou a relevância de encontros técnicos e a necessidade de se somarem esforços para enfrentar os desafios da segurança viária. “Nosso compromisso é garantir segurança e a fluidez nas rodovias federais concedidas, colocando a vida dos usuários no centro das nossas ações”, concluiu o diretor.