Entupimento de filtros, corrosão de componentes metálicos, alterações químicas no combustível ao longo do armazenamento, oxidação excessiva, que compromete o desempenho do motor. Essas e outras situações são específicas de falhas mecânicas associadas ao uso de biodiesel de base éster em caminhões e podem ser ocasionadas por não conformidade deste combustível.
Com os objetivos de melhorar a qualidade do biodiesel e os padrões regulatórios e identificar adversidades sistêmicas na cadeia produtiva, o governo federal recebe relatos sobre problemas enfrentados durante a atividade transportadora, em especial, falhas mecânicas relacionadas a esse combustível.
Os relatos podem ser feitos junto à Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) e à Controladoria-Geral da União (CGU) e, para ajudar, a Confederação Nacional do Transporte (CNT) elaborou um manual sobre como as empresas devem relatar os problemas.
“Temos recebido reclamações dos transportadores e pedidos de orientação de como eles podem formalizar o registro dos problemas perante os órgãos competentes. O passo a passo é um guia em consonância com as necessidades do segmento”, destaca o diretor executivo da CNT, Bruno Batista.
Contexto
Nos últimos meses, multiplicaram-se relatos de empresas colocando em suspeição o uso de biodiesel, que, no Brasil, é misturado ao diesel fóssil em teor de 14%, ao passo que, internacionalmente, costuma-se praticar a porcentagem de 7%. Além de formação de borra no tanque e entupimento de bicos injetores, os transportadores falam em comprometimento da potência do veículo e diminuição da vida útil das peças.
Comunicar essas ocorrências aos órgãos responsáveis poderá subsidiar futuras políticas públicas concernentes ao uso de combustíveis alternativos. Canais como o Fale Conosco (ANP) e a Ouvidoria (CGU) permitem o registro de quaisquer informações, reclamações ou denúncias.
Conte tudo
Para isso, o guia detalha como deve ser o conteúdo do relatório a ser encaminhado aos órgãos do governo: identificação do evento com local, data e equipamento afetado, descrição do problema mostrando qual foi o tipo da fala e impactos na operação, possíveis causas apresentando características do biodiesel usado (exemplo: teor de ésteres, nível de pureza), que medidas foram tomadas para resolver ou mitigar a adversidade e dados técnicos relevantes, como análises laboratoriais ou evidências adicionais.
Após essa etapa, o guia orienta como registrar o problema junto à ANP (veja arte). A CNT reforça a importância de enviar à ANP ou à CGU os problemas identificados na atividade da empresa, sempre que houver ocorrências atreladas ao biodiesel. Os relatos são fundamentais para contribuir com a qualidade do combustível nacional.
O manual que ajuda a relatar essas situações está disponível no www.cnt.org.br