Diesel insuficiente

Estudo mostra que Brasil produz muito petróleo, mas refina pouco, causando necessidade de importação especialmente do óleo diesel. Combustível é o principal insumo do transporte rodoviário.

Economia / 24 de Abril de 2023 / 0 Comentários

O Brasil é um dos maiores produtos de petróleo do mundo, ocupou a nona posição em 2021, mas continua em impasses e oscilações quanto ao preço do óleo diesel e da gasolina, principalmente. Em fevereiro, a Confederação Nacional dos Transportes (CNT) lançou

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O Brasil é um dos maiores produtos de petróleo do mundo, ocupou a nona posição em 2021, mas continua em impasses e oscilações quanto ao preço do óleo diesel e da gasolina, principalmente. Em fevereiro, a Confederação Nacional dos Transportes (CNT) lançou um painel e uma série especial sobre combustíveis, em que esclarece, entre outras dúvidas, o motivo de o país ainda ser dependente da importação.

Segundo informações da CNT, um dos pontos de impasse é o refino do petróleo, principalmente no caso do diesel. Em 2022, 25,8% do volume para atender o mercado interno de diesel foi importado. De acordo com a CNT, há refinarias insuficientes no país, causando a necessidade de importação.

De acordo com a pesquisa, a cadeia produtiva nacional de combustíveis envolve alguns segmentos: “produtores de petróleo, biomassa, refinarias e usinas de biocombustíveis, distribuidoras, elo da cadeia em que ocorre a mistura obrigatória do biodiesel com o diesel e revendedores”.

Nessa estrutura, o estudo identificou diferenças. “Enquanto a produção de petróleo segue tendência de crescimento, em um contexto de manutenção do Brasil como exportador líquido da commodity, a quantidade de petróleo refinado nem sempre acompanhou esse movimento”, analisou o texto publicado.

A análise mostrou que, entre 2014 e 2021, a quantidade de petróleo refinado apresentou redução de 16,8 bilhões de litros. “A produção nacional de óleo diesel nas refinarias, principal insumo do transporte rodoviário, não tem sido suficiente para abastecer a demanda interna, o que torna o país importador do combustível”, informa a pesquisa.

O resultado é o aumento da importação de óleo diesel nos últimos anos, alcançando 15,95 bilhões de litros em 2022. “A alta no preço dos combustíveis observada a partir de 2020, que deixou o setor e toda a sociedade em alerta, ampliou o debate sobre a necessidade de maior produção de diesel no país”, diz o estudo.



O preço dos combustíveis não sai da pauta do dia tanto da imprensa quanto do governo e dos parlamentares. Depois de anos de oscilação e necessidade de redução de impostos para atingir um preço plausível pra população, especialmente os caminhoneiros, o novo governo viveu o impasse sobre a continuidade ou não das medidas. E, em fevereiro, retomou a cobrança dos impostos federais sobre os combustíveis.

No fim de março, no entanto, o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, anunciou redução no preço do diesel e, consequentemente, da gasolina. “Sempre que a gente puder vender mais barato para o consumidor brasileiro, a gente vai fazê-lo”, disse. Segundo ele, a empresa continua a adotar o Preço de Paridade de Importação (PPI), mas como referência, não como uma obrigatoriedade. “Não aceito o dogma da PPI. Aceito a referência internacional. Trabalhamos com a referência internacional com o preço de mercado de acordo com o nosso cliente”, completou.

Na série especial divulgada pela CNT, o primeiro capítulo trata da caracterização da cadeia de produção e comercialização do óleo diesel no país. “O transporte representa uma atividade-chave na dinâmica de qualquer sociedade, pois viabiliza a conexão entre regiões, mercados e pessoas. 

O cenário observado na pandemia de Covid-19 deixou em evidência a importância do setor. A manutenção e a rápida recuperação da movimentação de cargas no Brasil, em especial as essenciais para a saúde, e a continuidade dos serviços sociais básicos foram fundamentais para que os efeitos socioeconômicos da crise sanitária não fossem ainda mais severos”, descreveu a CNT no documento.

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