Doença renal, um mal silencioso

SAÚDE

Saúde / 20 de Maio de 2015 / 0 Comentários
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Atualmente, 10% da população mundial sofre algum tipo de alteração nos rins, órgão responsável por limpar o sangue e produzir hormônios para o nosso organismo

Ficar quase o dia inteiro sem beber água, segurar a urina durante horas, alimentar-se de refeições com alto teor de sódio, usar vários medicamentos sem prescrição e ter uma vida sedentária. Esses são alguns hábitos de muitos caminhoneiros em todo o país que podem trazer como consequência o aparecimento de uma série de problemas de saúde, sendo os mais comuns as doenças renais. Segundo a Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN), um em cada dez brasileiros tem alguma alteração das funções renais, uma enfermidade silenciosa que, apesar de provocar uma perda de função lenta e progressiva dos rins, é irreversível.

E você sabe qual a função e a importância desses órgãos? Localizados ao lado da coluna vertebral, os rins têm funções excretoras, reguladoras e endócrinas. Eles eliminam substâncias tóxicas ou em excesso no organismo; regulam o volume e a composição dos líquidos corporais, além de produzirem uma substância chamada “menina”, importante para o controle da pressão arterial, e hormônio necessário para a produção de glóbulos vermelhos e da vitamina D, que interferem diretamente no sistema imunológico, ou seja, nas defesas do organismo, e no metabolismo do cálcio e do fósforo, respectivamente.

INDICADORES
Inchaço nas mãos, nas pernas e no rosto, alteração da cor ou do volume da urina, mudança no hábito urinário, urina espumosa e com sangue, além de cansaço, fraqueza e falta de apetite, são alguns dos sinais que demonstram que os rins estão doentes. “Já quando o paciente tem uma doença renal crônica, as repercussões em seu organismo são sistêmicas. Ele apresenta uma série de sintomas, como hipertensão arterial, anemia, alterações do metabolismo ósseo, mineral e cardiovascular, ressecamento e, escurecimento da pele, falta de apetite, emagrecimento e acidez metabólica”, explica
a presidente da SBN, a médica nefrologista Carmen Tzanno.

Atualmente, estima-se que 10% da população mundial sofra de doença renal crônica, ou seja, da perda progressiva e definitiva da função dos rins. No Brasil, há cerca de 1,5 milhão de pessoas com a enfermidade, sendo que 35 mil novos casos surgem todos os anos. Desse total de acordo com a instituição, 100 mil pessoas fazem diálise.
Somente em transplantes, são contabilizados cerca de 5.500 todos os meses. E a incidência é maior entre homens. Em Minas Gerais, 57% dos pacientes em programa de diálise são do sexo masculino.

O problema é grave e preocupante. Por isso, logo quando aparecerem os primeiros sintomas, é imprescindível que a pessoa procure imediatamente um médico especialista em doenças renais: o
nefrologista. “É ele quem vai dar o diagnóstico e indicar o tratamento adequado para retardar ou impedir a evolução para terapia renal substitutiva”, salienta Carmen Tzanno.

DIAGNÓSTICO
Um exame de urina simples também pode trazer muitas informações importantes e a um custo baixo e sem qualquer incômodo na coleta. Outra maneira simples de saber se os rins estão funcionando normalmente é medindo os índices de creatinina no sangue. “O exame de urina é importante porque pode revelar a presença de proteína, que é um marcador de lesão renal. Já o exame de dosagem de creatinina detecta a creatinina, que é produzida diariamente pelo nosso corpo, filtrada e eliminada pelos
rins. Quando os rins perdem função, ocorre um acúmulo de creatinina, que se eleva no sangue e alerta para o problema”, completa a especialista.

O tratamento da enfermidade se divide entre nutricional e medicamentoso, além de mudanças de estilo de vida, variando de acordo com cada indivíduo e com a causa de sua doença. Quando a perda da função renal é total, o paciente deve realizar a terapia renal substitutiva, que é a diálise peritoneal, hemodiálise ou transplante renal. Qualquer um dos métodos substitui a função do rim oferecendo ao paciente boa qualidade de vida. “Nas fases iniciais da doença renal crônica, a pessoa pode apresentar
melhora e estabilização da perda funcional ou uma evolução mais lenta da progressão da doença”, diz.


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