Doenças mais comuns no verão

O verão é uma estação muito espe­rada no calendário brasileiro. Em um país com uma rica diversidade de praias, cachoeiras e lagos, essa estação bem-definida muito aproveitada por mora­dores e turistas. Porém, assim como o inver­no costuma ser propício para uma série de doenças, o verão também é. O clínico geral João Paulo Nogueira e a dermatologista Sílvia dos Santos falam sobre os sintomas e os tratamentos das doenças que mais se manifestam nesta época do ano.

MELASMA

A exposição ao sol é o principal fator de aumento do melasma, caracterizado por manchas no rosto, no colo e nos braços. A doença é genética e não tem cura, apenas tratamento. É manifestada em homens e mulheres, embora estas ainda possuam o agravante de terem o melasma acentuado por conta do uso de pílulas anticoncepcionais e de gravidez. O tratamento é feito com loções clareadoras e peelings químicos ou mecânicos. Ambos devem ter a indicação de um dermatologista.

BICHO GEOGRÁFICO

Cientificamente conhecida como Larva migrans cutânea, essa doença dermatológica é causada pela entrada do bicho por meio de feridas e cortes na pele, gerando sintomas como coceira e vermelhidão na pele. A transmissão acontece quando as pessoas têm contato com fezes contaminadas de cães e gatos, em lugares como gramados, tanques de areias em parques e praias, espaços que retêm umidade e protegem as larvas do sol. Esses locais formam um ambiente adequado para a sobrevivência das larvas. O tratamento é feito com a aplicação de pomadas nas áreas afetadas e remédios orais caso a infecção esteja mais avançada. Concluído o processo, o bicho geográfico morre.

FITOFOTODERMATOSE

Trata-se de uma doença de pele causada pelo contato com agentes químicos produzidos ou eliminados por plantas que provocam queimaduras quando a pele é exposta ao sol. Frutas cítricas, como limão, tangerina e laranja, são as maiores causadoras de queimaduras. Para não contrair a fitofotodermatose, evite beber limonada, caipirinha e suco de laranja antes de se expor ao sol. A mancha desaparece com o tempo, mas é aconselhável procurar um dermatologista para avaliar o caso, visto que há remédios que auxiliam no clareamento da pele.

CONJUNTIVITE

A conjuntivite é a inflamação da parte branca de nossos olhos. Cerca de 20% dos casos ocorrem no verão e podem ter origem infecciosa (sendo viral e bacteriana) ou ser provocados por episódios alérgicos. Para não se ter a doença, é preciso lavar sempre bem as mãos e evitar coçar os olhos. Diante dos primeiros sintomas, como lacrimejamento, olhos vermelhos, coceira e secreção, um médico oftalmologista deve ser consultado para indicar o tratamento mais adequado.

MICOSE

Calor, umidade, transpiração abundante, uso de óleos bronzeadores e roupas molhadas são alguns dos fatores que contribuem para a proliferação de fungos e o surgimento da micose. A doença pode surgir nas unhas, nos cabelos e na pele. As unhas mais afetadas são as dos pés, pois o ambiente escuro, úmido e aquecido dos sapatos favorece o seu crescimento. Para se evitar a micose, a recomendação é secar bem o corpo e evitar roupas molhadas por longos períodos. O tratamento é indicado pelos dermatologistas, que costumam receitar loções, cremes ou sprays antimicóticos.

CÂNCER DE PELE

A estimativa para 2016 é alarmante. Segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca) José Alencar Gomes da Silva, 175.760 pessoas, sendo 80.850 homens e 94.910 mulheres, terão câncer de pele no Brasil. O principal fator de risco é a exposição aos raios ultravioleta. Além de evitar o sol entre 10h e 16h, o indivíduo precisa fazer o autoexame de pele, que também é uma forma de prevenção. É preciso observar o surgimento de: manchas que coçam, sinais ou pintas que mudam de tamanho, forma e cor, além de feridas que não cicatrizam no prazo de quatro semanas. Diante de qualquer alteração na pele que se encaixe nesses três quadros, deve-se procurar o médico.

DESIDRATAÇÃO

A perda de água e de minerais no corpo é acentuada no verão, período em que mais transpiramos. A baixa ingestão de água, o consumo de álcool, o aumento de exercícios físicos, a redução das horas de repouso e as altas temperaturas favorecem a desidratação. Crianças e idosos estão mais propensos aos efeitos do problema, que tem como sintomas tonturas, dores de cabeça, náuseas, aumento da frequência cardíaca e mal-estar. O tratamento é simples. Em casos amenos, a dica é beber muita água.

BROTOEJA

Trata-se de uma doença caracterizada por manchas vermelhas e pequenas bolhas na pele, principalmente no pescoço, nas coxas, no rosto, no peito e nas costas. As manchas e as bolhas geram ardor e coceira, promovendo a sensação de picadas. A brotoeja aparece quando as glândulas de transpiração do corpo ficam bloqueadas e o corpo transpira além do normal. A doença costuma desaparecer naturalmente, e, se isso não ocorrer, um médico deverá ser consultado. A indicação é que a pessoa com brotoejas se exponha ao calor o mínimo possível e evite fricção nas áreas afetadas.