Fatos e dados de 2015

Retrospectiva

Artigo / 18 de Dezembro de 2015 / 0 Comentários
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Paralisações, criação de leis para regular o transporte de cargas e esforço para implementar tabela de frete e diretrizes da Lei dos Caminhoneiros foram alguns temas apresentados pela Entrevias neste ano, os quais refletem a movimentação do setor

A primeira reportagem de capa deste ano de Entrevias apresentou o desafio de se harmonizarem
mobilidade e recursos naturais. Talvez, antecipadamente, a revista tenha identificado que sustentabilidade seria tema transversal em todo o transporte de cargas em 2015. A seguir, a matéria de capa desta edição mostra representantes do setor que pontuaram – de forma unânime – a dificuldade
de equilibrar receitas e despesas.

Rememoremos! Entrevias apresentou, nestes 12 meses, assuntos que refletem o desempenho do setor, políticas públicas (ou a ausência delas) e iniciativas que buscam aprimorar a atividade. Uma das ações de destaque foi a sanção, pela presidente da República, Dilma Rousseff, da Lei 13.103 – conhecida como a Lei dos Caminhoneiros –, que referencia a atribuição de motoristas profissionais.
Amplamente discutida no Congresso Nacional, essa legislação marca a história por sua importância e por refletir o processo democrático em sua elaboração. A lei estabelece as diretrizes para o exercício
da profissão de motorista, respeitadas as principais premissas da atividade: saúde e​ segurança do trabalhador e da sociedade.
Para se alcançar esse resultado, as regras foram elaboradas por meio de um trabalho conjunto entre representantes de entidades de classes do setor de transporte, de empresas, de embarcadores e do Poder Legislativo.

Foi um ano de mobilizações. A primeira, no início de 2015, esteve relacionada à aprovação da Lei dos Caminhoneiros e, recentemente, outra foi o estopim, em que as principais pautas das manifestações foram redução do preço do óleo diesel e criação do frete mínimo.

O EQUILIBRISTA
Especialmente neste ano, o transportador – mais do que nunca – precisou ultrapassar sua capacidade de gestão, tornando- se praticamente um equilibrista entre as receitas e as despesas operacionais. Por
isso, no decorrer do ano, Entrevias apresentou matérias sobre a defasagem do frete, a necessidade de se controlarem as contas na ponta do lápis e a importância de se implementar – em âmbito nacional – uma planilha de preço referencial para a prestação de serviços.

A tabela de referência de frete mínimo oferece parâmetro para se calcularem custos primários da prestação de serviços, podendo ser customizada de acordo com as características do transporte rodoviário de cargas. Como benefício imediato, torna-se balizadora e meio de se educar a cobrança,
visto que estudos revelam que 90% dos caminhoneiros desconhecem o real preço da prestação do serviço e 90% desse público transporta com o valor técnico abaixo do necessário.

Os transportadores sabem os itens que mais impactam as despesas operacionais, e, sem dúvida, o diesel e a carga tributária lideram o ranking. Alinhados ao esfriamento da atividade econômica, geraram diminuições na prestação de serviço.

Por isso, aguardaram a implementação da medida que prevê o refinanciamento de seus caminhões. A carência não veio. O ano termina, e aqueles que conseguiram – na maioria das vezes – recorreram à Justiça. Outros temas pertinentes aos veículos – como manutenções, troca de equipamentos, itens de segurança e renovação de frota – foram pautados.

CAPITAL HUMANO
Ações para o aprimoramento de motoristas profissionais perpassaram as edições deste ano. Sugestões de cursos, treinamentos, formações – além de orientações quanto à saúde e ao comportamento – estiveram nas páginas da revista.

Como denúncia, Entrevias revelou o cerceamento do direito de dirigir – vivido por motoristas – em função de restrição ao crédito. Seguradoras de cargas proíbem esses profissionais de atuarem por causa de inadimplência. Qual a relação do não-pagamento de uma prestação com a atividade profissional?

Outra matéria de destaque neste ano foi a que mostrou a importância da implementação do exame toxicológico de larga janela de detecção, que trará benefícios para os motoristas e para a sociedade.
Apesar de diversas tentativas de não-realização, o bom senso ganha espaço, e a medida começa a valer no próximo ano.

A violência no trânsito é mais um tema que suplica prioridade de política pública. A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que, se nada for feito, 1,9 milhão de pessoas morrerão no trânsito em 2030, tornando-se essa a sétima maior causa de mortalidade.

SOLUÇÕES
Criatividade e inovação – sem dúvida – são fundamentais para o desenvolvimento de ações que mudem o cenário trágico do trânsito e aprimorem o setor e toda a sua cadeira. A Entrevias teve a alegria de divulgar o projeto do Centro de Reciclagem de Veículos (CRV). Seu objetivo é criar um
ecossistema produtivo e pioneiro no Brasil que prevê retorno econômico e socioambiental por meio do incentivo à renovação da frota e, consequentemente, do aumento de vendas, da geração de emprego e renda e da redução da emissão de poluentes. Inspirado em experiências internacionais, o projeto oferece uma compensação de tributos estaduais e federais na forma de incentivos ao comprador de um veículo novo que entregar para reciclagem o usado com mais de 20 anos.

Mais uma pauta positiva foi o avanço significativo do projeto que permite a criação de fundo por associações de transportadores de pessoas ou cargas para cobrir despesas por acidentes ou furto de veículos dos sócios.

Soluções tecnológicas ainda enriqueceram as páginas de Entrevias neste ano. Aplicativos e muita tecnologia buscam mapear informações de cidades brasileiras, instalar chips em veículos para rastreamento e para cobrança de pedágio, unir a necessidade de frete com a disponibilidade do transportador e facilitar o cálculo da prestação de serviço do caminhoneiro.

Do limão, uma limonada: apresentamos iniciativas que otimizam o uso de água em lavagens de veículos e ações realizadas por empresas para o uso irracional desse bem.

Neste histórico, encerramos o ano com a perspectiva de notícias profícuas ao setor de transporte e aos nossos parceiros. Um novo ano repleto de pautas positivas!


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