Fim de ano farto

Transportadores vão às compras antes da chegada do Euro 6/Proconve P8 ao Brasil

Economia / 26 de Agosto de 2022 / 0 Comentários
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O Euro 6 já está batendo na porta e deve provocar algumas mudanças no mercado brasileiro. A primeira delas é a venda de implementos rodoviários que, segundo a Associação Nacional dos Fabricantes de Implementos Rodoviários (Anfir), deve ter um aumento significativo. Isso porque o preço dos caminhões deve subir a partir do ano que vem.

A expectativa é que, até o fim do ano, haja um movimento de antecipação da compra de caminhões ainda na fase Euro 5. A norma Euro 6, no Brasil chamada de Proconve P8, entra em vigor em janeiro de 2023 para caminhões.

Segundo o presidente da Anfir, José Carlos Spricigo, será um momento propício para o aumento de vendas daqui até o fim do ano. “Teremos pela frente uma oportunidade importante para a nossa indústria alavancar suas vendas no segundo semestre”, avaliou. A expectativa se deve pelo histórico. Em 2011, antes da entrada do Euro 5 no Brasil, o mercado ficou aquecido, e as vendas aumentaram 15% em média.

Essa expectativa é importante para o setor. De janeiro a maio deste ano, foram vendidos 61.910 implementos leves e pesados no Brasil. No mesmo período do ano passado, 62.555.

No setor de reboque e semirreboque, neste ano houve um total de 33.296 produtos emplacados. Já no passado, foram mais de 36 mil unidades. O segmento de carroceria sobre chassi teve um aumento em relação ao ano passado. Foram mais de 28 mil unidades emplacadas contra 25 mil em 2021.

Segundo o presidente da Anfir, o mercado, portanto, pode esperar uma curva positiva de emplacamentos de implementos rodoviários até o fim de 2022. “O operador logístico aproveita para atualizar o equipamento, e as empresas se preparam para oferecer condições atraentes para seus clientes”, afirmou.

O setor de implementos rodoviários é composto por fabricantes de complementos, que ampliam a capacidade de transporte dos veículos, como reboques, semirreboques e carrocerias.

As montadoras já estão se preparando para atender a nova legislação. No entanto, para se ter uma redução de gases poluentes, é preciso que haja uma renovação da frota, o que, segundo especialistas, não acontece imediatamente. Isso porque os preços dos caminhões novos sobem, e as empresas preferem aguardar o período inicial, que é considerado de teste do novo modelo.

 

Norma ambiental

A resolução que institui a nova fase do Programa de Controle da Poluição do Ar por Veículos Automotores (Proconve) foi publicada em 2018 pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente. A norma estabelece os limites máximos para a emissão de gases poluentes e de ruído para veículos automotores pesados novos de uso rodoviário e para o transporte de passageiros e mercadorias.

No cronograma de implementação pelos fabricantes, os veículos que acabam de chegar ao mercado estão obrigados a ter os novos padrões desde janeiro deste ano. Para os demais veículos, os novos limites valem a partir de janeiro de 2023. A publicação também traz novos limites de emissão de ruído por parte dos veículos pesados.

O Proconve foi criado em 1986 para determinar prazos, limites máximos de emissão e exigências tecnológicas para controlar a contaminação atmosférica e a emissão de ruídos por fontes móveis. Os novos critérios do programa incluem a medição das emissões em condições reais na rua e questões como fatores de deterioração e o acompanhamento das emissões de acordo com a vida útil do veículo.

Segundo informações do Ministério do Meio Ambiente, desde o surgimento do Proconve, a emissão de poluentes é 90% menor do que na década de 80. A redução na poluição evitou mais de 14 mil mortes e resultou na economia de R$ 1,3 bilhão em assistência médica, segundo dados do ministério.

O Proconve P8 é similar ao Euro 6, implementado na Europa. O sistema é definido como um conjunto de normas que regulamentam a emissão de poluentes para motores diesel. A cada ano, são feitas mudanças para que a emissão de poluentes fique em um nível mais próximo do esperado.

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