Financiamento 100%

A Caixa anunciou, em abril, um pacote de vantagens voltado para o transporte, no qual o carro-chefe é a linha de crédito BNDES Finame, para a aquisição de caminhões e ônibus, além de máquinas e equipamentos novos. Com a flexibilização, será possível financiar até 100% do valor do bem. Antes, o financiamento era limitado a 80%.

“O objetivo é estabelecer o banco como parceiro do nicho, ofertando as melhores condições para pessoa jurídica”, afirmou, em nota, a instituição financeira, que não detalhou quais serão as taxas de juros cobradas nem qual o valor total disponível para essa modalidade de financiamento.

Entre as medidas anunciadas pela Caixa também estão capital de giro com taxas a partir de 0,83% ao mês, por meio de recursos do Programa de Integração Social (PIS); isenção do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF); e prazo de até 24 meses. Para essa operação, foram destinados
R$ 5 milhões mensais exclusivamente para o setor, segundo o banco.

No caso de clientes que abrirem uma conta, será ofertada isenção das taxas de prestação de serviço por três meses pela Caixa.

“O que oferecemos são as mais diversas soluções destinadas à pessoa jurídica, facilitando a evolução dos negócios do empresário. Queremos ser reconhecidos como banco que apoia o desenvolvimento de empresas do nicho de transportes”, completou o vice-presidente de Produtos de Varejo da Caixa, Julio Cesar Volpp Sierra, ressaltando que a proposta não se limita a crédito.

As novidades divulgadas pela Caixa vieram após concessões feitas aos caminhoneiros e são concomitantes à linha de crédito de R$ 500 milhões anunciada pelo governo federal para transportadores autônomos, pela qual cada motorista poderá obter recursos de até R$ 30 mil para comprar pneus e realizar a manutenção dos veículos. O assunto é tema da matéria de capa desta edição da Entrevias. 

Subsídios

A linha de crédito BNDES Finame foi criada no governo da ex-presidente Dilma Rousseff (PT) – e ainda estava ativa, mas com outras condições – e consiste no financiamento, por intermédio de instituições financeiras credenciadas (podem ser bancos comerciais, bancos de desenvolvimento, agências de fomento ou cooperativas de crédito etc.) para a produção e a aquisição de máquinas, equipamentos e bens de informática e automação que sejam novos, de fabricação nacional e credenciados pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, conforme informado pela instituição financeira.

A modalidade é dividida em três linhas: financiamento para aquisição e comercialização de máquinas, equipamentos, sistemas industriais, bens de informática e automação, ônibus, caminhões e aeronaves executivas; financiamento de capital de giro destinado à produção de máquinas, equipamentos e bens de informática e automação; e financiamento à modernização de máquinas e equipamentos instalados no país, com fornecimento contratado com os proprietários dos bens.

Políticas de crédito subsidiado de governos anteriores, a exemplo da BNDES Finame, chegaram a ser alvo de críticas do ministro da Economia, Paulo Guedes, por terem provocado um aumento expressivo no número de veículos de transporte no Brasil, na avaliação dele. “O problema, hoje, são 300 mil caminhões em excesso”, afirmou pouco antes de o atual governo anunciar o novo pacote da Caixa.