Frete e diesel: relação intrínseca

Aumento do combustível, anunciado recentemente pela Petrobras, pode impactar o valor do custo final do transporte rodoviário de carga

O Departamento de Custos Operacionais, Estudos Técnicos e Econômicos (Decope) da NTC&Logística divulgou estudo sobre o aumento do diesel no custo do frete. Os 4% anunciados pela Petrobras, válidos no início deste mês, podem ter um impacto de até 1,27% no valor do custo final do transporte rodoviário de carga.

Coordenado pelo diretor técnico da NTC, Neuto Gonçalves dos Reis, o estudo considerou apenas custos operacionais do caminhão, não despesas administrativas, ou seja, apenas o custo da transferência da carga lotação (carga completa) em um caminhão trator 4x2 tracionando semirreboque furgão de 3 eixos. Esse é o modelo de veículo mais comum em fretes de longas distâncias.

FRETE DEFASADO
Em agosto deste ano, o Decope divulgou estudo sobre a defasagem do frete, que apontou uma diferença de 10,14% entre os fretes praticados e os custos efetivos da atividade. A pesquisa foi realizada com mais de 300 empresas do setor de transporte rodoviário de cargas. A defasagem no frete tem sua origem tanto no seu próprio acúmulo quanto na inflação dos insumos que compõem os custos, sendo que o combustível e a mão de obra são o que mais pesa na conta.

Além da defasagem, a pesquisa afirma que 80% dos empresários consideram uma piora na situação das empresas quando​ comparada à do ano anterior, sendo que 84% dos pesquisados indicam queda nos negócios, devido, principalmente, à menor demanda e ao menor volume de carga, ao aumento dos custos e à diminuição do frete.​