Homenagem Merecida

Amigos e entidades ligadas ao transporte rodoviário de cargas em todo o Brasil estão se mobilizando para prestar uma homenagem especial: conseguir que a nova área de escape construída no Anel Rodoviário de Belo Horizonte seja batizada com o nome de José Acácio Carneiro. Zé Carneiro, como era conhecido, lutou durante anos pela segurança da via, mas acabou morrendo em um acidente próximo ao trecho onde será implantado o espaço de segurança.

Carneiro presidiu o Sindicato dos Transportadores Autônomos de Minas Gerais e também liderou a Cotracargem, entidade que defende os interesses de transportadores de minério da região de Itabirito e Congonhas do Campo. Ele era o representante em Minas do Movimento União Brasil Caminhoneiro, e a sua atuação foi fundamental para vitórias conquistadas pela classe em todo o país.

Para Geraldo Eugênio de Assis, diretor-geral da Entrevias e presidente do Sindicato das Associações de Auxílio Mútuo dos Transportadores de Carga e de Pessoas do Estado de Minas Gerais (SindMútuo-MG), seria uma justa homenagem dar à área de escape o nome de Zé Carneiro, que marcou o transporte rodoviário. “Ele dedicou a vida em favor de seus ideais e potencializou muito o setor, inclusive defendendo melhorias em rodovias como o Anel Rodoviário. Merece o reconhecimento, foi um homem muito íntegro”, destacou.

O presidente da Associação Particular de Ajuda ao Colega (Apac) Sul, Marcio Arantes, disse que Carneiro deixou um grande legado. “Ele sempre correu atrás para melhorar a situação dos caminhoneiros e do setor. Tinha um ideal no transporte e era sempre preocupado com a segurança de todos. O segmento deve muito ao Zé Carneiro. Lembro-me de que ele lutava por um frete melhor, por melhorias na segurança do Anel Rodoviário. É uma homenagem justa e merecida”, afirmou.

Tragédias recorrentes

Em 18 de janeiro de 2013, Zé Carneiro voltava da Cotracargem, em Nova Lima, quando parou em um engarrafamento causado por um acidente no Anel Rodoviário. A falta de sinalização e as condições da via no momento impediram que o condutor de um caminhão carregado de areia conseguisse frear a tempo. O veículo passou por cima do de Zé Carneiro e ainda atingiu uma carreta, outros dois carros e uma moto.

No início de março, o então prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PSD), visitou as obras de construção da área de escape do Anel Rodoviário no trecho entre a BR-040 e o trevo do bairro Betânia. O projeto está orçado em cerca de R$ 3,5 milhões. “Um caminhão que entrar aqui, um ônibus que entrar aqui e salvar uma vida já vai ter valido a pena a obra toda”, afirmou Kalil. Para viabilizar a intervenção, foi firmado um convênio entre a prefeitura e o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit).

A Superintendência de Desenvolvimento da Capital (Sudecap) é a responsável pelo empreendimento, mas ainda não tem informação sobre o nome que ele receberá. Assim que a obra for entregue, as entidades responsáveis irão definir.

Como funciona

A área de escape é uma alternativa solicitada há anos pelos caminhoneiros que trafegam pelo Anel Rodoviário. Segundo a prefeitura, trata-se de uma alternativa paliativa, já que a via necessita de obras ao longo de todos os seus 26 km. Esse trecho, hoje, é de responsabilidade do governo federal, que negou o pedido de municipalização da rodovia.

A previsão de entrega do espaço é ainda no primeiro semestre deste ano. Para concluí-lo, é necessário realizar obras de drenagem, estruturas de concreto, pavimentação, sinalização, iluminação e outras medidas complementares.

As áreas de escape são dispositivos que já estão sendo construídos em várias rodovias do país para oferecer mais segurança aos trechos de longas descidas. A finalidade é evitar acidentes causados por frenagens ou perda de freio dos veículos, episódios corriqueiros no trecho do Betânia e que já causaram muitas mortes.

A estrutura que está sendo construída pela prefeitura tem uma caixa de concreto de 100 m de comprimento com camadas de argila expandida. O objetivo é forçar a parada do caminhão que entrar na área.

Entidades envolvidas

Associação de Benefícios e Proteção
ao Amigo Caminhoneiro (Abpac)

 
Associação de fomento e Cooperativismo
ao Transporte de Cargas do Brasil (Afocoop)

 
Associação de Proteção e Ajuda
ao Colega (Apac) Norte

 
Associação Particular de Ajuda
ao Colega (Apac) Sul

 
Associação de Transportadores
de Cargas Gerais (Ascarg)

 
Associação de Proteção aos Transportadores
de Cargas (Autocarga)

 
Cooperativa dos Transportadores
de Automóveis e de Consumo do Estado
de MInas Gerais Ltda. (Coopercemg)

 
Cooperativa Mista de Transporte de Carga, Passageiros e Consumo do Estado
de Minas Gerais Ltda. (Contracargem)

 
Federação Nacional das Associações de Caminhoneiros e Transportadores (Fenacat)

 
Federação das Empresas de Transporte
de Cargas do Estado de Minas Gerais (Fetcemg)

 
União de Beneficiários e Propretários de Veículos Automotores e Motos (Prevenir Proteção Veicular)

 
União de Beneficiários e Proprietários de Caminhões e Transportes de Cargas (Prevenir Truck)

 
Sindicato das Empresas de Transportes
de Cargas e Logística de Minas Gerais (Setcemg)

 
Sindicato das Empresas de Transportes
de Cargas do Centro Oeste Mineiro (Setcom)

 
Sindicato das Empresas de Transportes
de Combustíveis e Derivados de Petróleo
de Minas Gerais (Sindtanque)

 
Sindicato Estadual das Associações
de Auxílio Mútuo dos Transportadores
de Carga e de Pessoas de Minas Gerais
(SindMútuo/MG)

 
Sindicato dos Transportadores Autônomos de Automóveis e Congêneres do Estado
de Minas Gerais e Microempresas Transportadoras de Automóveis (Sintrauto)