Homens precisam se cuidar mais

Pesquisa mostra que oito entre cada dez homens sabem que precisam se cuidar, mas muitos ainda negligenciam

Saúde / 03 de Janeiro de 2024 / 0 Comentários

A teoria eles dominam, mas a prática ainda é desafiadora. Na pesquisa “A saúde do brasileiro”, o Instituto Lado a Lado pela Vida constatou que 83% dos homens (o equivalente a oito em cada dez) reconhecem que precisam cuidar da própria saúde. No entanto, e

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A teoria eles dominam, mas a prática ainda é desafiadora. Na pesquisa “A saúde do brasileiro”, o Instituto Lado a Lado pela Vida constatou que 83% dos homens (o equivalente a oito em cada dez) reconhecem que precisam cuidar da própria saúde. No entanto, encontram empecilhos rotineiros para, de fato, fazerem isso.

Realizado em parceria com o QualiBest, o estudo apurou que 51% dos entrevistados veem o estresse de todo dia como o maior entrave, enquanto o acesso à saúde foi o fator apontado por outros 32%. No total, 63% disseram que se preocupam muito com a saúde.
 
Para chegar a esses resultados, foram ouvidas 815 pessoas. Mais da metade delas (52%) é usuária do Sistema Único de Saúde (SUS); pouco mais de um quarto (27%) utiliza planos e/ou seguros de saúde (sistema suplementar); e aproximadamente um quinto (21%) usa ambos.
 
Um dos pontos positivos do levantamento foi a constatação de que 88% dos homens vão ao médico ao menos uma vez por ano. Outro destaque é que 84% deles disseram que agendam as próprias consultas. Já 10% admitiram que delegam às companheiras essa tarefa. “A gente fala do Brasil, que tem dimensão continental. Há regiões em que o homem ainda tem um preconceito muito forte e não se cuida. Mas a campanha Novembro Azul tem cumprido o seu papel, que é de orientação”, avalia a presidente do Instituto Lado a Lado pela Vida, Marlene Oliveira.
 
A negligência com o próprio cuidado, inclusive, é um agravante para alguns quadros clínicos que poderiam ser diagnosticados precocemente. Além de comprometer a situação do paciente, a demora em buscar atendimento onera os serviços de saúde, uma vez que tratamentos de doenças em estágios avançados são mais caros. “Nós temos um dado do ano passado, de uma pesquisa que fizemos, que é o de que 62% dos homens só procuram o sistema de saúde se estão sentindo algo insuportável”, pondera Marlene.
 
Contrapontos
De acordo com a pesquisa, entre os homens que demonstraram preocupação com o corpo, 42% assumiram estar acima do peso indicado: 31% têm um sobrepeso de 6 kg a 10 kg; e 25% pesam 15 kg a mais do que o ideal.
 
Outro dado apurado pelo estudo foi os tipos de tratamento que os homens têm feito, atualmente. O de doenças cardíacas nos últimos cinco anos foi a resposta de 16% deles. Quinze por cento tratam obesidade e 14% problemas respiratórios. Apenas 3% trataram algum tipo de câncer nesse período.
 
“As meninas, a partir de 12, 13 anos, a gente já educa que vai ter que acompanhar sua saúde ginecológica e outras coisas. E a gente, mulher, se toca e acende um alerta quando percebe alguma coisa diferente. O homem não, vai convivendo com aquilo, porque acha que é normal”, ressalta a presidente do instituto, chamando a atenção para problemas decorrentes do modelo de virilidade que a sociedade sustenta.
Segundo Marlene, a ideia equivocada de que homem não pode ter fragilidades impede que as famílias iniciem e mantenham discussões sobre a saúde masculina desde cedo com os meninos. (Com a Agência Brasil)

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