Indenizações em queda

No primeiro semestre deste ano, foram pagas 169.018 indenizações do Seguro de Danos Pessoais Causados por Veículos Automotores de Via Terrestre (Seguro DPVAT) no Brasil, de acordo com balanço divulgado pela Seguradora Líder – administradora do seguro no país – no fim de junho. O número é 12% menor do que o registrado no mesmo período de 2017.

Na avaliação do superintendente de operações da seguradora, Arthur Fróes, uma das explicações para essa redução foi a identificação de mais casos de fraudes, impedindo, assim, a realização de pagamentos indevidos.

O levantamento da Líder mostrou que as ocorrências de invalidez permanente corresponderam à maior fatia das indenizações. De janeiro a junho, foram 118.383 (70% do total). Apesar de expressivo, o resultado aponta uma queda de 18% na comparação com o ano passado. 

Recortes

A maior parte dos segurados (31%) está do Nordeste brasileiro, região que ficou pouco à frente do Sudeste (30%) no ranking da seguradora. Na sequência, aparecem o Sul (17%), o Centro-Oeste (12%) e o Norte (10%).

Como já vinha sendo observado em outros balanços, os acidentes com motocicletas continuam sendo os responsáveis pela maioria das indenizações pagas nos primeiros seis meses do ano: 76%. As estatísticas acendem um alerta vermelho, já que esses veículos representam apenas 27% da frota nacional.

Os acidentes com vítimas fatais – que geraram 19.398 indenizações, ou 11% do total – também foram mais recorrentes no Sudeste (34%) – principalmente com automóveis – e no Nordeste (32%) – sobretudo com motocicletas. Para Fróes, em cidades grandes, a exemplo das capitais, o grande número de motociclistas pode ser um dos fatores que contribuem para a alta incidência de acidentes com esse tipo de veículo, já que tais profissionais, na avalição dele, “são imprudentes e acabam sendo vítimas constantes no trânsito”.

Somadas ao comportamento desses condutores estão a falta de fiscalização, a ausência de equipamentos de segurança e as condições precárias das estradas, cenário que favorece o aumento das estatísticas de fatalidades. 

Perfil

Os dados da seguradora mostraram ainda uma prevalência de acidentes das 17h às 22h59min. As ocorrências registradas nesse intervalo corresponderam a 23% dos pagamentos do Seguro DPVAT do início até a metade do ano.

Além do horário, o levantamento apontou uma faixa etária mais comum entre as vítimas: homens jovens, em idade produtiva, de 18 a 34 anos. Eles somaram aproximadamente 80 mil indenizados (47%), conforme apurado pela Líder.

Outro grupo frequentemente encontrado entre as indenizações pagas por acidentes com mortes é o dos pedestres, com 28% dos casos (segundo lugar nas estatísticas). Nas situações em que a consequência é a invalidez permanente, as pessoas a pé representaram 27%. Uma das causas levantadas é a imprudência em relação à sinalização de trânsito, tanto por parte dos próprios pedestres – que, comumente, são vistos fora da faixa ou embaixo de passarelas – quanto dos motoristas.

Já os condutores constituem a maioria das vítimas fatais (60%) no período analisado. Mais da metade das indenizações (54%) foi paga por morte, e 59%, em acidentes com sequelas permanentes – quase todos envolvendo motociclistas (92%).

Quanto à cobertura de reembolso de despesas com assistência médica e suplementares no país – 19% dos pagamentos do Seguro DPVAT no primeiro semestre –, houve aumento de 12% ante o mesmo período do ano passado, totalizando 31.237. 

Território mineiro

Em Minas Gerais, foram pagas 2.159 indenizações por morte de janeiro a junho, 2,86% a mais do que em 2017, de acordo com levantamento da Seguradora Líder. Os casos de invalidez permanente somaram 13.113 no Estado, uma redução de 16,98%. Já as despesas médicas aumentaram 4,76%, com 4.604 pagamentos no Estado.

Segundo dados do Departamento Nacional de Trânsito, até abril último, a frota mineira contabilizava 10,56 milhões de veículos (11,04% do total do país). (Com a Agência Brasil)