Você sabe a maneira correta de descartar medicamentos? Uma campanha está sendo feita em todo o país com o objetivo de aumentar a quantidade de remédios descartados do jeito certo. Somente em 2023, foram descartados corretamente 600 toneladas de medicamentos sem uso. A campanha “Não usou, descartou” é liderada pela organização Ciência na Saúde, iniciativa do Grupo Mulheres do Brasil.
O objetivo é aumentar os números de descarte correto. Segundo a farmacologista Soraya Smaili, incentivadora da campanha, jogar remédio no lixo comum, no vaso sanitário ou na pia não é o correto. Essa atitude acaba poluindo o solo e as águas. “Nós já vemos grandes quantidades de alguns medicamentos que são encontrados nos reservatórios, nos locais de tratamento das águas e também nos rios e mares”, afirmou. Jogar no lixo comum também possibilita que outra pessoa pegue e reutilize sem indicação médica.
A forma correta de descartar é levando de volta para as farmácias e outros pontos de logística reversa existente no país. São cerca de 4 mil pontos. Segundo Soraya, todas as cidades com mais de 100 mil habitantes têm farmácias equipadas com local para coleta do remédio usado. Os coletores também podem estar nas unidades básicas de saúde (postos).
Todos os tipos de medicamentos podem ser entregues às farmácias: xaropes, pílulas e comprimidos, copos e seringas. Apenas a caixa de papelão e a bula podem ser jogados no ligo reciclável normalmente. Já os materiais cortantes e pontiagudos, como agulhas, devem ser descartados somente nas unidades básicas de saúde nos locais adequados para isso.
Recomendação
O Ministério da Saúde recomenda que o consumidor fique atento às especificações do medicamento, à temperatura e ao local de armazenamento. Também quanto ao período e à dosagem correta prescrita pelo médico.
Não é recomendado, por exemplo, deixar medicamentos dentro do banheiro ou em ocais em que ele possa molhar ou receber umidade. O ministério alerta ainda que o consumidor não deve dividir medicamentos que não tenham a marcação, principalmente aqueles revestidos por cápsulas.
O sistema de logística reversa de medicamentos domiciliares foi regulamentado em 2020 por meio de decreto. A partir daí, iniciou-se no país a instalação de locais próprios para descartes nas farmácias. O descarte que seja ambientalmente correto está previsto na Política Nacional de Resíduos Sólidos, instituída em 2010.
A estimativa feita por estudos é que cada quilo de medicamento descartado incorretamente pode contaminar até 450 mil litros de água.
Outras orientações importantes são que o consumidor não deve tirar o produto da embalagem primária para descartar. Por exemplo: no caso de líquidos, ele deve permanecer no mesmo frasco que foi comprado. No caso de comprimidos, é o blister de alumínio. A farmácia precisa da embalagem para direcionar o descarte correto após a entrega.
Depois de entregues, os medicamentos são incinerados, alguns precisam ser neutralizados antes da queima. Uma parte é encaminhada para aterros sanitários especiais. (Agência Brasil)