Mais perto da integração
Empresa é contratada para elaborar projeto do contorno rodoviário de Porto Murtinho, no Mato Grosso do Sul, simbolizando o início da construção do corredor bioceânico
A- A A+Foi dado mais um passo importante para a implementação da Rota de Integração Latino-Americana, também conhecida como corredor bioceânico, que ligará o Brasil diretamente aos portos do Norte do Chile. No fim de setembro, o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) finalizou a contratação da empresa que vai elaborar o projeto do contorno rodoviário de Porto Murtinho, no Mato Grosso do Sul.
A via será o principal acesso à futura ponte internacional sobre o rio Paraguai. Além disso, a empresa deverá elaborar estudos para a instalação do Centro Integrado de Controle de Fronteira na BR-267/MS. O contrato deve ser concluído em 521 dias.
O contorno em Porto Murtinho começa na área urbana e vai até a margem brasileira do rio, um total de 13,1 km de extensão. A ponte internacional será construída por meio de uma parceria entre os governos do Brasil e do Paraguai. A expectativa do setor é que haja uma redução de custos com frete e transporte e uma melhora no tráfego, além de integrações regionais e internacionais.
O presidente do Sindicado das Empresas de Transporte de Carga e Logística do Mato Grosso do Sul (Setlog-MS), Cláudio Cavol, vincula o traçado da Rota de Integração ao progresso econômico. Ele é um grande incentivador do projeto e um interlocutor junto à iniciativa privada.
“A Rota não se resume à estrada. Ela tem relação com todo o entorno, que é composto por diversas cidades. Estamos em um momento novo e, com o trabalho conjunto de todas as entidades e instituições, esse grande projeto trará resultados extremamente positivos para o nosso Estado e para além dele”, afirmou Cavol durante uma live promovida pela Universidade Estadual do Mato Grosso do Sul (UEMS).
Em 2017, ele e vários empresários e autoridades do Brasil, do Paraguai e do Chile fizeram uma expedição pela Rota de Integração. O grupo passou por todas as cidades até chegar aos portos do Norte chileno. A caravana foi essencial para conscientizar a população sobre a importância da construção da nova rodovia e para conhecer a região e o clima pelos quais as cargas vão passar no futuro.
Integração
Em dezembro de 2015, os presidentes de Brasil, Paraguai, Argentina e Chile assinaram a Declaração de Assunção e criaram um grupo de trabalho para estudar a implementação do Corredor Rodoviário Bioceânico Porto Murtinho-Portos do Norte do Chile.
O objetivo é que haja uma via atravessando o continente latino-americano, ligando o oceano Atlântico ao Pacífico. A intenção é reduzir os custos de transporte dos produtos dos países da América Latina que são exportados para a Ásia e a Oceania. Por onde passar, a expectativa é que o corredor também fomente o comércio local e gere empregos e renda.
Na sequência, foi aprovada a construção da ponte rodoviária internacional sobre o rio Paraguai ligando as cidades de Porto Murtinho e Carmelo Peralta. A construção será feita com recursos da Itaipu Binacional. Já em 2020, um consórcio foi contratado para realizar estudos de viabilidade técnica, econômica e ambiental da ponte.
Mais do que ligar dois países, o projeto tem proporções continentais, conforme destacado pelo secretário de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar sul-mato-grossense, Jaime Verruck, durante a live da UEMS.
“Passou a ser estratégico tratar a Rota Bioceânica para além do Estado do Mato Grosso do Sul. O estudo de viabilidade técnica já foi feito pelo Dnit e é importante lembrar que ele começa em Bataguassu, passa por Nova Alvorada, Rio Brilhante, Maracaju, Guia Lopes, Jardim e chega a Porto Murtinho”, explicou o secretário.
Segundo ele, a licitação deve ser concluída entre janeiro e fevereiro de 2021, e as obras devem iniciar em março, de acordo com o cronograma da Itaipu Binacional. O projeto completo do corredor bioceânico tem um custo estimado de US$ 75 milhões, e a expectativa é que ele seja entregue em 2022. (Com a Semagro e a UEMS)
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