A concessionária Nova Rota do Oeste e a Polícia Rodoviária Federal (PRF) realizaram inspeção das condições de manutenção de carretas e caminhões que trafegam pelas rodovias BR-163 e BR-364, no Mato Grosso. O objetivo da iniciativa é a prevenção de sinistros causados por falhas mecânicas, freios e de comportamento.
A operação – chamada Pare pela Vida – abordou mais de 2.500 veículos durante 62 edições neste ano, e o resultado da ação mostra que 64% dos caminhões que trafegam pelas rodovias têm problemas mecânicos graves, sem apresentarem os parâmetros de segurança necessários para trafegar.
A avaliação da parte mecânica dos veículos é realizada por um profissional especializado da Nova Rota, que aponta à PRF os problemas encontrados. Um dos principais quesitos observados é a falha no sistema de freios, e, em caso de irregularidades que comprometam a segurança viária, o veículo pode ser retido até que as devidas reparações sejam realizadas.
Resultados
Desde que iniciou as operações de forma sistemática, em 2023, a Nova Rota, por meio da iniciativa Pare pela Vida, observou uma redução de 9% no número de sinistros na Serra de São Vicente. A conscientização dos motoristas sobre a importância da manutenção também é fundamental para um trânsito mais seguro.
As ações acontecem de forma rotineira, e, além das avaliações veiculares, a PRF observa outros fatores relacionados ao veículo e ao condutor.
Nesse contexto, foi verificada uma redução de 45% no registro de capotamentos, saídas de pista e tombamentos no primeiro semestre de 2024 em comparação com o mesmo período do ano anterior. O trecho da rodovia entre o KM 343 e o KM 350 da BR-364 é considerado crítico por apresentar uma geometria sinuosa e com declive, que requer atenção maior do condutor do veículo.
Cenário geral
Dados da Agência Nacional de Transportadores Terrestre (ANTT), com base nos números do Registro Nacional de Transportadores Rodoviário de Cargas (RNTRC), mostram que, do total de 1.233.047 transportadores registrados, 933.485 são autônomos e que, do total de 2.716.656 da frota brasileira, 999.636 estão nas mãos dos autônomos, sendo a idade média dos caminhões de 22,3 anos. Já a idade média da frota concentrada na mão das empresas é de apenas 10,88 anos.
A situação vai se agravando ao longo do tempo, pois o caminhão mais antigo compromete a segurança dos usuários das rodovias, exige mais manutenção e tempo parado, o que, para o caminhoneiro, é sinônimo de redução de receita.
No ano passado, o governo federal lançou um programa e disponibilizou R$ 1 bilhão. Desse total, R$ 700 milhões foram destinados para caminhões e R$ 300 milhões, para ônibus, com descontos que variavam de R$ 33 mil a R$ 99 mil para a renovação.
Uma das principais críticas em relação a esse programa foi a alta diferença entre os valores de um veículo antigo para um novo. Para o motorista, ter um caminhão zero quilômetro significa ter mais custos, pois o valor do frete não vai alterar de acordo com o modelo de veículo que ele possuir. O governo retirava o caminhão mais antigo do mercado, impedindo que o caminhoneiro fizesse o financiamento com o mesmo valor de frete.
O Ministério do Desenvolvimento Indústria e Comércio (MDIC) prevê um novo plano de renovação de frota ainda neste ano, após o projeto-piloto de 2023.