Melhorias a caminho

Leilão de concessão da BR-381 – uma das mais letais do país – está previsto para novembro. Duplicação da rodovia, no entanto, ainda pode demorar quase uma década.

Estradas / 25 de Outubro de 2021 / 0 Comentários
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Considerada uma das mais perigosas do país, a BR-381 deverá ter o “grosso da duplicação” entre Belo Horizonte e Governador Valadares, no Vale do Rio Doce, concluído entre o terceiro e o nono ano de concessão, segundo o ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas. Durante um debate virtual com empresários mineiros no início de agosto, o representante do governo federal afirmou que a empresa que assumir a gestão da via deverá priorizar a recuperação das pistas e depois, então, começar a duplicá-las.

“Temos aí aproximadamente 12 mil famílias que deverão ser removidas, por exemplo. Não é uma obra que dá para ser concluída nos dois primeiros anos de concessão”, acrescentou Freitas.

O projeto que concede a administração da via à iniciativa privada foi aprovado pelo Tribunal de Contas da União na última semana de julho. Ele inclui mais de 670 km de extensão, abrangendo o trecho da BR-381 conhecido como “rodovia da morte” e a BR-262 de João Monlevade, na região Central de Minas, a Viana, no Espírito Santo.

A previsão é que os investimentos totalizem R$ 7,3 bilhões. Entre as principais obras estão 402 km de duplicação, 228 km de faixas adicionais, 131 km de vias marginais, 130 retornos, 125 correções de traçado, 40 passarelas e ao menos dois pontos de parada e descanso para profissionais do transporte rodoviário, além do contorno de Manhuaçu, na Zona da Mata (inclusive com a construção de um túnel).

“Nós queremos é cumprir aquilo que nos comprometemos a entregar, lá no início de 2019”, disse o ministro da Infraestrutura. “Para isso, vamos fazer as concessões que nos propusemos a fazer. Estamos indo bem, já foram 71 leilões de ativos e ainda vamos fazer outros muito importantes”, concluiu Freitas.

 

Particularidades

O leilão das BRs 262 e 381 está previsto para novembro próximo. Conforme consta no edital, ele seguirá o modelo híbrido, com uma disputa por menor tarifa (com deságio limitado a aproximadamente 15%) seguida de maior valor de outorga como critério de desempate, segundo o Ministério da Infraestrutura (Minfra).

“Além disso, estão programadas inovações como o desconto de usuário frequente para motoristas que trafegam diariamente entre municípios vizinhos e a redução de 5% para veículos que utilizam qualquer sistema automático de pagamento – motos ficarão isentas”, informou a pasta.

Ainda de acordo com o Minfra, a licitação beneficiará diretamente diferentes setores produtivos dos territórios mineiro e capixaba, como pecuária, agricultura, mineração e polos industriais e comerciais. A concessão também atenderá o Vale do Aço, região que concentra um grande número de siderúrgicas, contribuindo com o setor automobilístico. A estimativa é que a medida gere cerca de 100 mil empregos (diretos, indiretos e efeito-renda) ao longo dos 30 anos de contrato.

 

 

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