Menos acidentes, mais letalidade

Número de ocorrências registradas nas BRs diminuiu no ano passado, mas o total de óbitos manteve-se praticamente inalterado

Segurança / 22 de Fevereiro de 2021 / 0 Comentários
A- A A+

O registro de acidentes nas rodovias federais brasileiras teve uma redução de 5,9% em 2020 na comparação com 2019. O número de mortes decorrentes deles, no entanto, manteve-se estável no mesmo confronto. É o que mostra o balanço anual da Confederação Nacional do Transporte (CNT), divulgado em 1º de fevereiro, a partir de dados da Polícia Rodoviária Federal.

De acordo com o Painel CNT de Consultas Dinâmicas de Acidentes Rodoviários, em 2020, foram contabilizadas 63.447 ocorrências, enquanto, no ano anterior, elas somaram 67.427. O levantamento revela que a tendência de queda iniciada em 2014 – quando foram registrados 169.194 acidentes – está mantida.

Por outro lado, o saldo praticamente inalterado de vítimas indica que a letalidade dos sinistros aumentou em 2020. De um ano para o outro, o total de óbitos caiu de 5.332 para 5.287, uma diferença de apenas 0,8%. Segundo o balanço da CNT, de 2007 para cá, quase 100 mil brasileiros perderam a vida nas estradas.

Recortes

A BR-101, que liga o Rio Grande do Norte ao Rio Grande do Sul, foi a recordista em ocorrências no ano passado, com 8.715 registros. Já a BR-116, que faz a ligação entre o Ceará e o Estado gaúcho, foi a mais letal: 690 óbitos entre janeiro e dezembro. Essa rodovia também aparece em segundo lugar no ranking de acidentes no período: 7.397.

Outro dado constante no painel é que as colisões foram as mais frequentes em 2020 (59,4%). Na sequência, aparecem saídas da pista (15,7%), capotamentos e tombamentos (12,2%), atropelamentos (7%) e quedas de ocupantes (5,3%).

Considerando apenas as situações com óbitos, as colisões também lideraram (61,8%), sendo seguidas por atropelamentos (17,4%) e saídas da pista (12,8%).

A estimativa da confederação é que, juntos, os sinistros registrados no último ano tenham gerado um prejuízo de R$ 10,22 bilhões: R$ 5,84 bilhões nos casos em que as vítimas sobreviveram, R$ 4 bilhões quando houve mortes e pouco mais de R$ 365 milhões com os acidentes sem feridos.

Para o presidente da CNT, Vander Costa, os números evidenciam a necessidade de se investir em infraestrutura, formação de condutores e ampliação das campanhas educativas com foco na segurança no trânsito.

“Reduzir o número e a gravidade dos acidentes rodoviários é promover o transporte no país, com benefícios claros à economia e à sociedade. Assim, desenvolver ações voltadas à melhoria das condições viárias, à capacitação dos motoristas e à segurança veicular é a melhor estratégia para a superação desse grave problema”, afirma Costa. (Com as agências Brasil e CNT Transporte Atual)

 

AVISO: Os comentários são de responsabilidade de seus autores e não representam a opinião de Revista Entrevias. É vedada a inserção de comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros. Revista Entrevias poderá retirar, sem prévia notificação, comentários postados que não respeitem os critérios impostos neste aviso ou que estejam fora do tema da matéria comentada.