Mercado em alta

Setor automotivo comemora melhora nas vendas e tem expectativa de fechar o ano no azul. Enquanto isso, fábrica da Mercedes-Benz anuncia terceirização de parte das atividades.

Economia / 28 de Outubro de 2022 / 0 Comentários
A- A A+

O mercado automotivo brasileiro está comemorando a melhora no setor após um início do ano tímido em vendas. Nos meses de julho, agosto e setembro, a produção de veículos foi de 665 mil unidades, 11,6% a mais que no trimestre anterior. As vendas no mercado interno cresceram 14,3%, enquanto as exportações recuaram 15,2%, segundo dados da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea).

“Historicamente, setembro não repete os bons números de agosto, um mês mais longo e sem feriados. Mas gostaria de destacar a contínua evolução da média diária de vendas desde janeiro, atingindo 9.200 emplacamentos por dia útil, melhor resultado do ano, indicando que as projeções da Anfavea serão atingidas”, afirmou o presidente da entidade, Márcio de Lima Leite.

O segmento com recuperação mais consistente é o de ônibus, com alta acumulada no ano de 63,6% na produção, 8,8% nos licenciamentos e 39% nos embarques para outros países, de acordo com a Anfavea. Os carros tiveram alta de 19,3% na produção comparando com setembro do ano passado, além de aumentos de 25,1% nas vendas e de 19,3% nas exportações. Já o setor de caminhões manteve patamares bem similares aos do ano passado, quando teve um crescimento importante.

Os caminhões rodoviários tiveram, até agosto, um crescimento de 33% nas vendas e de 19% na exportação. Veículos agrícolas registraram alta de 24% nas vendas no atacado e de 11% nas exportações.

 

Reestruturação

Enquanto o setor apresenta bons números, a direção da fábrica de caminhões da Mercedes-Bens em São Bernardo do Campo anunciou reestruturação e a demissão de 3.600 pessoas. São 2.200 trabalhadores diretos e 1.400 temporários de um total de 10 mil funcionários da empresa nessa unidade. No início do mês de setembro, a produção foi paralisada devido a uma greve dos trabalhadores.

Segundo o diretor-executivo do Sindicato dos Metalúrgico do ABC, Aroaldo Oliveira da Silva, a entidade já estava discutindo com a direção da fábrica temas como a situação do mercado de caminhões, a necessidade de reestruturação de áreas e a falta de peças e semicondutores, que tem afetado a produção.

A Mercedes-Benz informou que as mudanças na fábrica de caminhões envolvem a terceirização de parte da produção. A decisão, segundo a empresa, “é focar a fabricação de caminhões e chassis de ônibus e o desenvolvimento de tecnologias e serviços do futuro”.

Segundo nota enviada pela empresa, alguns componentes deixarão de ser produzidos internamente: “Vamos deixar de exercer atividades que podem ser realizadas por outras empresas parceiras, tais como logística, manutenção, fabricação e montagem de eixos dianteiro e transmissão média, ferramentaria e laboratórios, até então realizadas na fábrica de São Bernardo do Campo e que passarão a ser exercidas por empresas contratadas”.

Em compromisso com a comunidade local, a Mercedes informou que a preferência é que todos esses serviços sejam contratados de empresas da região do ABC e que a decisão vai gerar grande volume de negócios para a cadeia de novos fornecedores.

AVISO: Os comentários são de responsabilidade de seus autores e não representam a opinião de Revista Entrevias. É vedada a inserção de comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros. Revista Entrevias poderá retirar, sem prévia notificação, comentários postados que não respeitem os critérios impostos neste aviso ou que estejam fora do tema da matéria comentada.