Minas assume compromisso de reduzir mortes no trânsito

Estado detentor da maior malha viária do Brasil, Minas Gerais aderiu ao Plano Nacional de Redução de Mortes e Lesões no Trânsito (Pnatrans). A cerimônia de assinatura do termo de compromisso ocorreu na sede do Departamento de Trânsito (Detran-MG), em Belo Horizonte, em 17 de fevereiro último.

O documento foi assinado pelo secretário nacional de Trânsito, Frederico Carneiro, pelo diretor do Detran-MG, delegado-geral Eurico da Cunha Neto, e pelo chefe da Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG), delegado-geral Joaquim Francisco Neto e Silva. De acordo com o Ministério da Infraestrutura, responsável pela elaboração da iniciativa, “a assinatura sela o compromisso dos gestores em empenharem-se para a execução de ações que visem a mais segurança e menos mortes e lesões no trânsito”.

Além de Minas, Distrito Federal, Goiás, Maranhão, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo já aderiram ao Pnatrans. “O plano traz um olhar integral com essas ações voltadas para o trânsito, além de reunir todos os órgãos e instituições para atuar conjuntamente para que haja êxito nesse compromisso de salvar vidas”, afirmou Carneiro.

A iniciativa estabelece cerca de 160 ações divididas em seis pilares temáticos: segurança veicular, infraestrutura viária, educação para o trânsito, gestão da política de trânsito, atendimento às vítimas e também normatização e fiscalização. O plano faz parte da estratégia de redução de metade das mortes no trânsito no país na próxima década e conta com representantes dos órgãos de trânsito, segurança e mobilidade urbana nas esferas federal, estaduais e municipais.

No território mineiro, o grupo de trabalho responsável pela execução do Pnatrans é formado por 16 órgãos, conforme destacado pelo chefe da PCMG em seu discurso durante o evento. “É por meio dessa junção de forças que vamos conseguir maior êxito salvando vidas diante das tragédias que acontecem no trânsito do Brasil”, disse Neto e Silva.

Para o delegado-geral Cunha Neto, a proposta é nobre por ser pensada para a preservação da vida. “Minas Gerais não poderia estar fora dessa iniciativa, levando em consideração que somos a maior malha viária do país, com 16% do total, e a segunda maior frota, com aproximadamente 11 milhões de veículos. O Estado pode ter um papel fundamental nessa diminuição arrojada de 50% das mortes no trânsito”, ponderou o diretor do Detran-MG.

Medida estendida

No dia seguinte ao da cerimônia realizada na capital mineira, duas entidades nacionais ligadas ao setor de transportes também assinaram um termo de implantação do Pnatrans: a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) e o Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos Automotores (Sindipeças).

Ambas as instituições vão atuar em dois pilares do plano: segurança veicular e educação para o trânsito. “Nosso esforço se concentra em fomentar ações na busca da preservação de vidas, para diminuir o sofrimento que é perder uma pessoa querida em acidentes de trânsito e para garantir uma maior segurança nas rodovias do país”, destacou o então ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas – ele deixou o cargo no fim de março para concorrer ao governo de São Paulo nas próximas eleições.

As ações do Pnatrans estão alinhadas com o plano global lançado pela Organização Mundial da Saúde em 2021. Ainda no ano passado, o plano foi revisado para incorporar conceitos de visão zero e sistemas seguros, abordagens que partem do princípio de que a responsabilidade por evitar mortes e feridos no trânsito é compartilhada entre quem utiliza, projeta, constrói e fiscaliza os veículos e as vias públicas.