Rio de Janeiro e São Paulo são os líderes absolutos em roubos de cargas no país, concentrando 82% de todas as ocorrências registradas entre 2015 e 2023. A conclusão é da ICTS Security, empresa de origem israelense que atua com consultoria e gestão com inteligência em dados em segurança, responsável pelo estudo “Panorama de roubo de carga na cadeia logística”.
De acordo com o levantamento, os anos mais críticos dentro desse intervalo foram 2016 e 2017, quando o Estado fluminense registrou 9.874 e 10.599 roubos, respectivamente, e o paulista, 9.943 e 10.584.
“Além de ser um desafio operacional para as empresas, o roubo e o desvio de cargas têm implicações profundas na economia nacional. Essa prática ilícita resulta em perdas financeiras significativas e, consequentemente, afeta os custos dos produtos e dos serviços para os consumidores”, pondera a ICTS.
No caso do Rio, a chamada mancha criminal (área com o maior índice da prática criminosa) é observada na capital e na Baixada Fluminense (Duque de Caxias, São João de Meriti, Nova Iguaçu e Belford Roxo). Juntas, essas regiões somam 91,4% das ocorrências.
Já em São Paulo, a mancha se concentra na capital, onde foram feitos 47,1% dos registros. Conforme foi mostrado pelo estudo, também há uma grande incidência de crimes na região metropolitana, que abrange áreas como Alto Tietê (Guarulhos), Grande ABC (São Bernardo do Campo) e a região da Rota dos Bandeirantes (Osasco).
Características
No território fluminense, nota-se um aumento da taxa criminal em fevereiro e março e no fim do ano, a partir de setembro. A justificativa para a maior atuação criminosa são os eventos da época, que aquecem o mercado e, consequentemente, aumentam o transporte de cargas por rodovias, segundo o panorama da empresa israelense. “Ou seja, há uma previsibilidade na ocorrência desse tipo de crime em momentos específicos do ano, reforçando a ideia de uma sazonalidade mapeada nesse tipo de delito”, informa o ICTS.
Já no Estado paulista, a maior parte das ocorrências se dá pela manhã (46,6% do total). À tarde, o número é de 25,8%, e, pelas primeiras horas da madrugada, 15,1%. “Apesar de o período noturno ter o menor índice, é importante considerar que é, nesse momento, que a equipe de transporte de cargas conta com menos assistência e apoio, tornando-se esse um período de considerável vulnerabilidade. A análise indica ainda que esses eventos ocorrem com maior frequência durante os dias úteis”, destaca a ICTS.
De acordo com a companhia, numa análise mais abrangente, as regiões Sudeste, Sul e Nordeste lideram o ranking, com mais de 96% dos registros nacionais durante o período compreendido entre 2015 e 2022.