O coração pede socorro
Especialista alerta que é preciso mudar a rotina para garantir o bom funcionamento do órgão e evitar problemas cardíacos
A- A A+Falta de exercícios físicos, alimentação não balanceada, alto nível de estresse para entregar a carga no tempo estipulado, uso de cigarro ou ainda de substâncias químicas que não deixam o sono chegar. A rotina nas estradas brasileiras faz com que o coração do caminhoneiro seja uma verdadeira bomba-relógio. Por isso, a atenção à saúde cardíaca deve ser redobrada.
Segundo o diretor científico da Sociedade de Cardiologia do Estado do Rio Grande do Sul, Daniel Souto Silveira, atualmente as doenças cardiovasculares são responsáveis por 30% das mortes no mundo, sendo as mais comuns o infarto agudo do miocárdio e o acidente vascular cerebral (popularmente conhecido como derrame, ocorre quando há obstrução nas paredes das artérias, impedindo o fluxo sanguíneo). Ele ressalta, contudo, que ambas podem ser prevenidas com mudanças de hábitos.
Nas duas situações, é importante que o paciente procure um atendimento de urgência. No caso do infarto, o sintoma mais comum é aperto no meio do peito com irradiação para o braço esquerdo e para a mandíbula. Já o derrame pode provocar a perda de força nos braços e nas pernas ou alterações de visão e de fala.
Segundo o médico, o uso de estimulantes aumenta o risco de arritmias cardíacas, podendo até causar morte súbita. O estresse e a privação de sono também são fatores de risco para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares. “A alimentação rica em gorduras e em sal e pobre em saladas e em vegetais pode aumentar o risco de doenças cardíacas”, orienta. Outro problema é a falta de exercícios físicos. “Atividade física é fundamental para manter o peso ideal e ativar a circulação cardíaca. O tempo ideal preconizado para a prática é de 30 minutos, cinco vezes por semana”, explica Daniel Silveira.
Ele também faz um alerta quando ao estresse e ao tabagismo. “Os dois são muito prejudiciais para o coração. Caso o paciente já seja um fumante regular, ele deve procurar seu cardiologista para iniciar um tratamento para o abandono do cigarro. Minha sugestão é que esses profissionais pratiquem atividade física regular, cuidem de sua alimentação, não fumem e façam consultas regulares”, conclui.
PELA ESTRADA
Durante sua jornada de trabalho, os caminhoneiros podem contar com uma série de serviços gratuitos realizados por entidades em todo o Brasil. Nas paradas, são oferecidas aferição de pressão arterial, aplicação de vacinas, orientação nutricional com medição de massa corporal, informações sobre saúde da coluna e cuidados com a postura, além de testes rápidos de Aids, sífilis, hepatite B e glicose, entre outras doenças.
Nos postos do Serviço Social do Transporte e Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte (Sest/Senat), os motoristas também encontram unidades de saúde e atendimentos de prevenção a doenças. Nas unidades urbanas, é possível ter acesso a fisioterapia, psicologia, odontologia e nutrição. Já aquelas que estão nas rodovias oferecem serviços de fisioterapia e odontologia.
“A alimentação rica em gorduras e em sal e pobre em saladas e em vegetais pode aumentar o risco de doenças cardíacas. Atividade física é fundamental para manter o peso ideal e ativar a circulação cardíaca.”
Daniel Souto Silveira, diretor científico da Sociedade de Cardiologia do Rio Grande do Sul
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