Os Perigos do Cansaço

Um amplo estudo realizado com motoristas comprovou o que já imaginávamos: cansaço e volante não combinam. Mais de 10 mil pessoas participaram de uma análise que contou com a tecnologia da Internet das Coisas (IoT) para monitorar o comportamento delas enquanto dirigiam. Resultado: 60% das situações de perigo estavam relacionadas à fadiga, enquanto as distrações – uso do celular, por exemplo – corresponderam a 40% das ocorrências de risco na direção.

O levantamento também destacou que 30% dos motoristas monitorados possuem complicações de saúde que contribuem para a exaustão, incluindo distúrbios do sono, pressão alta, diabetes, obesidade e problemas psicológicos como depressão e ansiedade.

Para diminuir os riscos, os condutores devem fazer paradas para descanso durante a viagem, evitar trafegar entre meia-noite e 6h ou após um longo dia de trabalho.

Muitas pessoas acreditam que fazer uma parada, tomar um cafezinho, lavar o rosto, ligar ou aumentar o som do carro ou abrir os vidros são atitudes que podem ajudar, mas, de acordo com especialistas, essas medidas podem não ser suficientes para se vencer o sono. Se o motorista estiver sonolento, o ideal é que pare em um local seguro e descanse antes de seguir viagem.

Cerca de 80% dos caminhoneiros analisados alegaram ter sonolência apenas no fim da jornada devido à repetitividade da função e às muitas horas trabalhadas. Outros 40% afirmaram que têm sono – independentemente do tempo de atividade – por conta de transtornos ou enfermidades. O levantamento ainda identificou os intervalos das 5h às 7h e das 11h às 14h como os mais propensos a causar fadiga nos motoristas profissionais.

Tecnologia Utilizada

Para realizar o estudo, a empresa Denox, em parceria com a MedNet, instalou um dispositivo nos caminhões para conferir segurança e monitorar as condições físicas dos condutores. O acompanhamento foi realizado por meio de imagens captadas em tempo real por uma câmera integrada ao painel de cada veículo.

Com o uso de IoT, inteligência artificial e visão computacional, as imagens foram analisadas pelo computador de bordo. Caso fosse identificado algum incidente, o motorista recebia um alerta na cabine. Os registros visuais também foram transmitidos ao vivo para serem analisados pela equipe de saúde da MedNet e da transportadora. Em alguns casos, os motoristas foram encaminhados para acompanhamento médico.

Destaques Negativos

De acordo com a campanha “Não dê carona ao sono!”, promovida pela Associação Brasileira de Medicina do Tráfego, as principais causas da sonolência ao volante e, consequentemente, dos acidentes de trânsito são:

• Privação de sono;
• Pouco tempo de descanso (dormir de seis a sete horas por noite chega a dobrar o risco de acidentes. Já o sono com duração inferior a cinco horas noturnas aumenta esse risco em 4,5 vezes);
• Ficar acordado por muitas horas seguidas (comprometimento em nível semelhante ao provocado pela ingestão de bebida alcoólica);
• Transtornos do sono (motoristas que sofrem de apneia apresentam um risco de duas a sete vezes maior de provocar um acidente)