Os riscos da leptospirose

Transmissão da doença ocorre pela exposição direta ou indireta à água contaminada por urina 
de animais infectados

Saúde / 12 de Agosto de 2024 / 0 Comentários

Depois de enfrentar uma das maiores tragédias climáticas da sua história, o Rio Grande do Sul ainda sofre as consequências das inundações severas registradas em praticamente todo o Estado em maio deste ano. Uma delas é a leptospirose, doença infecciosa fe

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Depois de enfrentar uma das maiores tragédias climáticas da sua história, o Rio Grande do Sul ainda sofre as consequências das inundações severas registradas em praticamente todo o Estado em maio deste ano. Uma delas é a leptospirose, doença infecciosa febril aguda, causada por uma bactéria transmitida a partir da exposição direta ou indireta à urina de animais infectados, principalmente ratos.

Desde o início das cheias, foram notificados 5.439 casos da doença em todo o território gaúcho, tendo sido 353 (6,5%) confirmados e 1.255 descartados. O restante (3.831) está em investigação. A capital, Porto Alegre, lidera o número de notificações, com 1.597 casos. Vinte óbitos já foram confirmados pela Secretaria de Estado de Saúde, todos de homens.
O contágio da leptospirose pode ocorrer a partir de lesões na pele ou mesmo em pele íntegra, se ela ficar imersa por longos períodos em água contaminada. Outra forma de infecção é por meio de mucosas. Os sintomas levam de um a 30 dias para aparecer e incluem febre, dor de cabeça, fraqueza, dores no corpo (sobretudo na panturrilha e na região lombar), calafrios, náusea e falta de apetite.
Também são sintomas a hemorragia conjuntival, caracterizada por pequenos acúmulos de sangue sob a conjuntiva (membrana que reveste a frente do olho), e a sensibilidade excessiva à luz (fotofobia). A fase tardia da doença é marcada por icterícia intensa, com tonalidade alaranjada, insuficiência renal aguda e hemorragia, inclusive pulmonar. A recomendação para os pacientes com suspeita é procurar o serviço de saúde o quanto antes e relatar a possibilidade de exposição de risco.
O uso de antibiótico com prescrição médica é indicado em qualquer estágio da patologia, mas, quanto mais precoce for o início do tratamento, maior será a eficácia dele. Para os casos leves, o atendimento é ambulatorial, mas, nos mais graves, a hospitalização deve ser imediata, visando evitar complicações e diminuir a letalidade.
A leptospirose é uma doença de notificação compulsória. Todos os casos suspeitos devem ser notificados pelos profissionais de saúde em até 24 horas às secretarias municipais de Saúde.
 
Prevenção
Uma das maneiras de se evitar o contágio é não andar, nadar ou tomar banho com água de enchentes. Nos casos em que o contato com a água, a lama das cheias e o esgoto for inevitável, devem-se usar luvas, botas de borracha ou sapatos impermeáveis. Se não houver disponibilidade desses itens, sacos plásticos duplos sobre os calçados e as mãos podem ser uma alternativa.
A ingestão de água ou alimentos que possam ter sido infectados pelas águas das cheias é extremamente desaconselhada. Se houver cortes ou arranhões na pele, as pessoas devem evitar o contato com a água contaminada e usar bandagens nos ferimentos. (Com a Agência Brasil)

 

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