Parkinson: muito além de tremores
Dia de conscientização sobre a doença, comemorado em abril, chama a atenção para sintomas não motores e pelo caminho rumo à qualidade de vida
Diminuição do olfato, distúrbios do sono, alteração do ritmo intestinal e depressão. Pouco difundidos, esses também são sintomas da doença de Parkinson, que normalmente é associada a tremores.
Dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) mostram que aproximadamente 1% da população mundial com idade superior a 65 anos sofre desse mal. No Brasil, estima-se que 200 mil pessoas sofram com a patologia.
Visando chamar a atenção para ajuda médica no tempo adequado e para a realização de um tratamento responsável, foi instituído o Dia Mundial de Conscientização da Doença de Parkinson pela OMS no ano de 1998. O quadro da patologia foi identificado pela primeira vez em 1817, por James Parkinson, que descreveu os principais sintomas da doença publicados no Ensaio sobre a Paralisia Agitante.
Caracterizada basicamente por tremor de repouso, tremor nas extremidades, instabilidade postural, rigidez de articulações e lentidão nos movimentos, a doença ainda não tem cura, mas há estudos experimentais sobre alternativas de tratamento.
De acordo com o Protocolo Clínico e Diretriz Terapêutica do Sistema Único de Saúde (SUS) para pessoas com Doença de Parkinson, os medicamentos adequados estão disponíveis para o tratamento, levando-se em consideração fatores como estágio da doença, sintomas, ocorrência de efeitos colaterais, idade do paciente, medicamentos em uso e seu custo.
Pacientes com incapacidade funcional causada pelos sintomas parkinsonianos também podem se beneficiar de programas terapêuticos de reabilitação, envolvendo fisioterapia, fonoaudiologia, terapia ocupacional e suporte psicológico e familiar, buscando evitar e/ou retardar a perda de suas funcionalidade e habilidades motoras.
Desvendando a doença
É importante esclarecer que o Parkinson não é uma doença fatal nem contagiosa. Também não afeta a memória ou a capacidade intelectual do paciente. Até o momento, não estão claras evidências de que seja hereditária, e sua causa ainda continua desconhecida.
O diagnóstico da doença de Parkinson é feito por exclusão. Às vezes, os médicos recomendam exames como eletroencefalograma, tomografia computadorizada, ressonância magnética, análise do líquido espinhal e outros para terem a certeza de que o paciente não possui nenhuma outra doença no cérebro. O diagnóstico é baseado na história clínica do doente e no exame neurológico.
“A história usual de quem é acometido pela doença de Parkinson consiste no aumento gradual dos tremores, em uma maior lentidão de movimentos, no caminhar arrastando os pés, na postura inclinada pra frente. O tremor típico afeta os dedos ou as mãos, mas pode também afetar o queixo, a cabeça ou os pés. Pode se dar num lado ou nos dois e ser mais intenso num lado que no outro. O tremor ocorre quando nenhum movimento está sendo executado e, por isso, é chamado de “tremor de repouso”. Por razões que ainda são desconhecidas, o tremor pode variar durante o dia. Torna-se mais intenso quando a pessoa fica nervosa, mas pode desaparecer quando ela está completamente descontraída. O tremor é mais notado quando a pessoa segura com as mãos um objeto leve como um jornal. Os tremores desaparecem durante o sono”, detalha o site da Associação Brasil Parkinson (www.parkinson.org.br).
Informação como aliada
A Associação Brasil Parkinson foi criada pela americana Dona Marylandes Grossmann, diagnosticada com a doença aos 43 anos de idade. Ela consultou uma entidade americana sobre como criar uma associação similar no Brasil, e, assim, a associação foi constituída em dezembro de 1985, pioneira na América Latina.Ê
Uma das principais frentes de atuação da organização é a informação. Em seu portal, estão disponíveis livros digitais que apresentam detalhadamente a doença e diversos exercícios e atividades físicas.
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